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Novos aliados das mulheres

Exames possibilitam o diagnóstico preciso do vírus HPV, um dos principais inimigos da população feminina

Por Cristiana Vieira
Atualização:

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A estatística é assustadora. A cada quatro adultos, um é portador do HPV (sigla em inglês para o papilomaviridade). Trata-se de um vírus que se divide em mais de 200 tipos, classificados como de baixo ou de alto risco para câncer do colo do útero. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número de casos novos desse tipo de tumor esperados para o Brasil em 2008 era de 18.680, ou seja, um risco estimado em 19 ocorrências para cada 100 mil mulheres.

 

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Transmitido pelo contato com a pele infectada durante a relação sexual, o vírus pode causar lesões na vagina, no colo do útero, no pênis e no ânus. Até hoje, o diagnóstico era feito apenas por exames urológico, ginecológico e dermatológico. No mês passado, porém, o laboratório Salomão & Zoppi Medicina Diagnóstica passou a realizar os testes E6 e E7, que apontam o tipo do vírus, evitando tratamentos invasivos para casos menos nocivos.

 

A mulher que apresenta resultados positivos para o HPV de alto risco é submetida a procedimentos que podem deixar sequelas e até comprometer sua capacidade reprodutiva. Na prática, é desconsiderado o fato de que cerca de 70% das contaminadas têm o HPV inativo. "Além de ‘dizerem’ se tem HPV, o E6 e E7 apontam se o vírus é mais agressivo a ponto de levar a lesões precursoras do câncer", diz o médico oncologista, com pós doutorado em Biologia Molecular, Ismael Dale Cotrim Guerreiro.

 

Segundo o especialista, o teste mostra que de cada 100 mulheres que apresentam o vírus de alto risco para o câncer, 30 realmente desenvolvem o tipo de tumor mais agressivo. "O detalhe é que, com esse exame (que é feito nos mesmos moldes do papanicolau), podemos diagnosticar que o vírus não está alterando as células do colo", diz Guerreiro.

 

VACINAÇÃOUsar preservativo durante a relação sexual diminui a possibilidade de transmissão do HPV, mas não evita totalmente. No entanto, foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos mais presentes no câncer de colo do útero: o HPV-16 e o HPV-18. Mas o real impacto da vacinação só poderá ser observado após décadas.

 

Hoje, há duas vacinas comercializadas no Brasil. Uma delas previne os dois tipos: 16 e 18, presentes em 70% dos casos, e os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é específica para os subtipos 16 e 18. A duração da imunidade conferida pela vacina ainda não foi determinada. Até o momento, só se tem convicção de cinco anos de proteção. Ainda assim, é melhor prevenir.

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