A nova política para tratamento de pacientes de gripe suína, que flexibiliza a indicação do antiviral oseltamivir, foi apresentada ontem pelo Ministério da Saúde com a divulgação de um novo manual sobre a doença. Nesta versão, foram mantidas diretrizes para o uso do remédio, mas exceções são previstas: "Prescrição e dispensação não previstas neste protocolo ficam sob responsabilidade conjunta do médico responsável e da autoridade de saúde local." Com isso, fica permitido a médicos, em casos específicos, iniciar o tratamento quando achar melhor, com a dose que achar necessário e pelo tempo que julgar mais adequado. Os detalhes do novo documento foram acertados na segunda-feira, durante reunião com especialistas. Mas a inclusão da frase gerou polêmica no grupo. Um setor, liderado pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), defendia mais liberdade para médicos. Outro temia que a mudança levasse parte dos profissionais a prescrever o remédio exageradamente. O presidente da SBI, Juvencio Furtado, diz que parte dos colegas não se conformava com algumas restrições - como a que permite o início do tratamento apenas nas primeiras 48 horas a partir do início dos sintomas. "O que fazer quando um paciente chega com sinais de agravamento, mas que já está há alguns dias com sintomas da gripe?", argumentava. O protocolo sustenta ser contraindicado o uso do remédio para prevenir a contaminação pela doença. Essa prática é permitida em duas situações: profissionais de laboratório que tenham entrado em contato com amostras do H1N1 sem equipamentos de proteção ou trabalhadores de saúde que estiveram em situação de risco de contaminação.