Na França, empresa oferece ajuda a pessoas infiéis

Ex-detetive ajuda a criar álibis e produz até material de eventos inexistentes

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Por Der Spiegel e Hamburgo
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A França é conhecida mundo afora por sua atitude blasé ante assuntos do coração. Diferentemente do mundo anglo-saxão, a existência de casos extraconjugais - da ficcional Madame Bovary ao ex-presidente François Mitterrand - é considerada normal por lá. Os homens franceses têm até um termo para suas amantes: Le cinq à sept (das 17 às 19 horas). Agora, está sendo oferecido aos adúlteros franceses de plantão um serviço discreto e personalizado para ajudá-los a se entregarem a seus folguedos sem ser apanhados em flagrante. O site Alibila oferece um serviço para pessoas que se sentem "sufocadas" em sua situação familiar e que "precisam de um pouco de ar", ou para aquelas que querem uma "aventura passageira" sem colocar em risco seu casamento. Ele oferece aos "puladores de cerca" um leque de serviços a um custo mínimo de 19 (cerca de R$ 50), incluindo ligações telefônicas para desviar a atenção do cônjuge, merchandising de conferências falsas e convites para casamentos inexistentes. O serviço foi criado pela ex-detetive particular Regine Mourizard. Segundo ela, o objetivo é proteger casais e famílias, permitindo que pessoas se envolvam em relações extraconjugais sem ser detectadas. "Se o álibi é perfeito e o parceiro não suspeitar de nada, isso às vezes pode salvar casamentos", disse Regine. AJUDINHA PROFISSIONAL Em sua longa carreira como investigadora particular, Regine, de 50 anos e mãe de dois filhos, se envolveu muitas vezes em rastrear cônjuges adúlteros. "Durante 20 anos, trabalhei para impedir as pessoas de fazerem o que elas queriam", ela recorda. "E, então, pensei: Que tal se eu as ajudasse a fazê-lo, de uma maneira segura?" Como parte de seu pacote de subterfúgios, ela avalia as circunstâncias profissionais e pessoais dos clientes e planeja contas, recibos e outros documentos falsos adequados a seus estilos de vida. A companhia também pode cuidar de arranjar o encontro proibido, bem como enviar presentes e flores para o "outro" ou "outra". Regine insiste que o trabalho da Alibila é absolutamente legal. Nunca são forjados documentos oficiais, apenas são criadas contas falsas de restaurantes e hotéis inexistentes. E a companhia faz os clientes assinarem um documento se comprometendo a não usar as contas para ludibriar seus empregadores ou o governo.

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