Muito além da Disneylândia

Dicas para ajudar pais a interagir com filhos durante as férias sem sair da cidade

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Por Agencia Estado
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Férias sempre foram sinônimo de companheirismo e diversão em família. De um singelo passeio por Poços de Caldas a uma sofisticada temporada nos Alpes suíços, o importante era aproveitar o tempo livre para compartilhar experiências e descobertas. De uns tempos para cá, no entanto, foi se criando a cultura da ?terceirização dos filhos?. Pais estressados acabam optando por destinos onde a molecada possa ficar o dia inteiro aos cuidados de recreadores. Absolutamente contra essa ?novidade?, a administradora de empresas Anna Chaia idealizou o projeto Ciranda do Mundo, que estimula pais e filhos a descobrirem o planeta juntos. Para ela, os pais devem usar os feriados, fins de semana e férias para vivenciar aventuras com as crianças. ?Não adianta ir para um resort e deixá-los com monitores o dia inteiro?, diz Anna que, com a administradora de empresas e amiga Adriana Moller , escreveu o Guia de Experiências Ciranda do Mundo - Paris com as Crianças (Publifolha, R$ 42). O livro - primeiro de uma série que em breve visita Nova York e Buenos Aires - traz 50 dicas de passeio pela capital francesa. Apenas quatro dicas são de lojas. A maioria é relacionada a museus, monumentos e parques - e como explorá-los de forma criativa. Mas, se o dinheiro das férias da família não paga nem a gasolina para Osasco, ainda é possível aproveitar as dicas de Anna no Parque do Ibirapuera ou no Masp, por exemplo. ?Nosso objetivo?, diz Anna, ?é tentar dar suporte para os pais poderem interagir com os filhos de forma diferente, sempre valorizando o brincar.? Se algum pai ainda não se convenceu de despertar o Indiana Jones que existe dentro dele mesmo e das crianças, vale a pena dizer que, entretidos com as descobertas, os pequenos dificilmente se transformarão em monstrinhos consumistas. ?Não se viaja para comprar, mas para descobrir outra cultura?, diz Anna, mãe de um menino de quatro anos. Essa mania de voltar de férias com malas abarrotadas de compras, ela acredita ser tipicamente brasileira. ?O dólar ficou atraente para o brasileiro recentemente. Mas é uma questão de tempo as pessoas descobrirem que o viver é mais legal do que o comprar.? Resgatar as brincadeiras durante as férias, segundo a autora, também é uma maneira saudável de prolongar a infância. Mas, ao mesmo tempo, a criança aprende cidadania de uma maneira prática. ?Ela fica mais solidária e aberta para o mundo. Em outro país, a criança respeita o ambiente do próximo, sempre espera pela vez dela na fila?, diz Anna, que acredita em uma infância bem vivida como a base de um adulto bem resolvido. Os pais também têm a ganhar quando viajam com os filhos. Crianças costumam olhar a paisagem de uma forma diferente. Em uma viagem à Rússia, o filho de Anna conseguiu descobrir o nome de uma criança. E nem ela e menino falavam russo. Este tipo de descoberta, segundo a administradora, nem a internet proporciona. ?Lá não tem lado sensorial envolvido?, diz. Ver o mundo pelos olhos de um pequeno é sempre emocionante. Completo, o guia traz informações como endereço, telefone, site, horário de funcionamento, recomendação de faixa etária e, quando necessário, custo do ingresso das atrações. Dicas de cafés e pequenos segredos parisienses vão de brinde para os viajantes.

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