Ministério investe em novo complexo hospitalar no Rio

Instituto de Traumatologia deve ficar pronto até o 1.º semestre de 2010

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Por Fabiana Cimieri
Atualização:

No primeiro semestre de 2010, ano eleitoral, o Ministério da Saúde deve inaugurar uma de suas obras mais ambiciosas no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a nova sede do Instituto Nacional de Traumatologia (Into). Ela funcionará no antigo prédio do Jornal do Brasil e em um terreno anexo, na zona portuária do Rio. O novo complexo hospitalar será formado por cinco prédios e aumentará em quatro vezes a capacidade cirúrgica do instituto, com a pretensão de reduzir a fila de espera de três anos para, no máximo, 12 meses. "Estamos engessados nessa estrutura e precisávamos de uma nova cara", justifica o diretor da unidade, Geraldo Motta. O idealizador do novo Into foi o atual secretário estadual da Saúde e ex-diretor do instituto, Sérgio Côrtes. Em 2005, ele convenceu o Ministério da Saúde a investir no projeto, que exigiu R$ 118 milhões para a obra e R$ 77 milhões para a compra de equipamentos. As obras começaram em junho de 2008, dois anos depois do previsto, por causa da burocracia exigida pelo Tribunal de Contas da União. As instalações serão ampliadas de 11 mil m² para aproximadamente 70 mil m². No antigo prédio do Jornal do Brasil, na Avenida Brasil, 500, funcionarão ambulatórios, salas de cirurgia, laboratórios de exames complementares e leitos de internação. Quatro novos prédios estão sendo construídos em um terreno anexo, de 15 mil m², cedido ao ministério pela Companhia Docas do Rio. Neles, funcionarão o centro de reabilitação, um instituto de pesquisa e todo o setor administrativo e de pessoal. As novas instalações vão permitir a criação de 23 novos centros de tratamentos específicos e aumentar de 8 para 21 o número de salas cirúrgicas. Além disso, o Into passará a ter 61 consultórios, 242 leitos de internação e 49 leitos de terapia intensiva e pós-operatório, contra os atuais 14 consultórios e 144 leitos no total. O número anual de intervenções cirúrgicas passará de 6 mil para quase 20 mil e as consultas ambulatoriais, de 88 mil para 305 mil. A construção de um Centro de Reabilitação dará condições para que 86 mil consultas do tipo sejam feitas a cada ano. Motta enfatizou que foi a própria direção do Into quem solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Controladoria-Geral da União (CGU) o acompanhamento de cada etapa da construção do novo complexo, desde a licitação até a conclusão das obras. "É uma forma de garantir transparência em todo o processo", explicou. Entre as inovações na nova sede, o Into está investindo na criação do Centro de Tratamento Ortopédico do Idoso, onde serão feitos procedimentos cirúrgicos nas primeiras 48/72 horas pós-trauma. Isso pode diminuir em até 50% a morbimortalidade em idosos com fratura do colo do fêmur. Serão realizados também tratamentos de fratura da coluna vertebral e do punho. Outra inovação será o Centro do Traumatismo Raque-Medular (TRM), que possibilitará o cuidado imediato de pacientes sem lesão neurológica instalada, diminuindo sequelas de um tratamento inicial inadequado. Já o Centro de Trauma Infantil identificará possíveis casos de maus-tratos, além de oferecer acompanhamento psicológico das crianças - procedimento inédito no país. Ainda na parte assistencial, o Centro de Reconstrução Crâniomaxilofacial focará no tratamento das lesões traumáticas e tumorais, além das deformidades congênitas e adquiridas. "Nosso carro-chefe continuará sendo as cirurgias de substituições articulares nos joelhos, quadris, ombros, cotovelos e mãos. O que queremos é aumentar o número de pessoas atendidas e ampliar nossa atuação no restante do País", explicou Motta.

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