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México volta a temer o avanço da doença

Por Daniela Pastrana
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Nelly González chegou ao seu escritório, na quarta, com máscara cirúrgica. Mãe de uma menina de 5 anos e editora de um portal de internet, sentia dores no corpo e fraqueza. No dia seguinte, foi ao médico, que diagnosticou infecção na garganta, estômago e vias urinárias. "Não costumo ir ao médico, mas, com esta gripe, estou com medo." As pessoas estão desconcertadas na Cidade do México. O H1N1 voltou às manchetes, após novo pico nas estatísticas da Secretaria da Saúde, que em apenas dois dias da última semana registrou 423 novos casos e 4 mortes. No Sudeste do país, o vírus se espalhou com rapidez; somente em Chiapas, há cem novos infectados por dia. O Estado já supera o número de casos do Distrito Federal e o novo surto provocou a renúncia do secretário da Saúde. A lembrança de abril está viva entre os habitantes da capital. As imagens das ruas desertas, as lojas fechadas e o Exército distribuindo máscaras nas estações do metrô permanecem. E estão presentes os prejuízos econômicos deixados pelas medidas sanitárias extremas adotadas. "Não poderíamos resistir a um novo fechamento", diz Marco Rascón, proprietário de restaurante. Como ele, pensam também donos de hotéis e de salões de festas. Na semana passada, o governador do DF, Marcelo Ebrard Casaubón, tranquilizou turistas e anunciou um seguro médico com atenção ilimitada ao vírus para 7 milhões de visitantes. Mas anunciou também medidas preventivas. O último informe oficial registra 146 mortos e 16.442 pessoas contagiadas, entre 12 de março e 30 de julho. O secretário da Saúde, José Ángel Córdova Villalobos, não descartou adoção de "medidas de distanciamento social", o que implicaria em rigor mais drástico e restrições a concentrações. E ainda não voltaram às aulas mais de 32 milhões de alunos e 1,7 milhão de professores, em férias. As aulas recomeçam no próximo dia 24.

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