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?Melhor um funcionário bacharel que um analfabeto?

Por Simone Iwasso
Atualização:

"Nós estamos melhorando o ser humano como um todo. Não formamos advogados, formamos bacharéis em Direito. Não é melhor ter um funcionário bacharel do que um analfabeto? Não é melhor um bacharel dirigindo um táxi do que um analfabeto?", alega Heitor Pinto Filho, da diretoria da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) sobre a iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Os nossos formandos podem fazer qualquer coisa, prestar concursos, trabalhar não só como advogados. Um curso de bacharel em Direito pode formar pessoas melhores para trabalhar em comércio, na área industrial e administrativa", diz ele, que é reitor da Universidade Bandeirante (Uniban), uma das citadas na lista. O sindicato das faculdades particulares de São Paulo (Semesp) também critica a iniciativa. Segundo o presidente, Hermes Figueiredo, o ministério já tem ferramentas para avaliar os cursos. "A OAB é uma entidade com interesses em dificultar a entrada dos novos profissionais no mercado. E divulgar os nomes pode trazer muito dano à imagem das instituições de ensino", afirma. O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Nival Nunes de Almeida, reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), apóia a idéia. "Esse cruzamento de dados é uma medida salutar. É um caminho para eliminar situações que são de constrangimento para a sociedade, como a baixa qualidade dos cursos." "O mau desempenho no Enade ocorreu porque os alunos são escolhidos por sorteio. Sortearam os que não eram bons", alega José Guida Neto, coordenador do curso na Faculdade Integral Cantareira, outra na lista. "O problema é que o pessoal não consegue absorver o que os professores ensinam", justifica Maria Augusta de Almeida Funicelli, de 28 anos, aluna do 5º ano na instituição.

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