PUBLICIDADE

Médico não é um fugitivo, diz polícia

Cardiologista que estava com Michael Jackson na manhã de sua morte fez contato com autoridades de LA

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

O médico Conrad Murray, que estava com Michael Jackson na manhã da sua morte, ligou para a polícia de Los Angeles na sexta-feira à noite. Segundo os policiais, Murray não é considerado um fugitivo. Ele disse que estava disposto a colaborar com autoridades e daria um depoimento ontem, desde que acompanhado de seu advogado. O cardiologista já contratou uma firma de advocacia, de Houston, para representá-lo. Murray tem problemas com a Justiça - enfrenta ações judiciais da ordem de U$ 400 mil, além de pendências em processos de clientes. É um profissional controverso, segundo especialistas. No carro de Murray foram achados dois medicamentos que poderiam estar ligados à morte do cantor. Há a suspeita de que ele teria injetado em Michael o anestésico Demerol, semelhante à morfina. Acompanhado de seus dançarinos, cantores, coreógrafos, figurinistas e toda a equipe, Michael gastou sua última noite fazendo aquilo que o tornou um ídolo planetário: dançando e cantando. Na noite de quarta-feira, um dia antes de morrer, ele esteve no Staples Center de Los Angeles ensaiando para o primeiro show em Londres, no dia 13. Michael faria 50 shows. O cantor chegou ao Staples Center às 6h30 da quarta-feira, mas só começou a ensaiar às 9 horas. Reclamava de uma dor na garganta. Ken Erlich, produtor da festa dos prêmios Grammy que presenciou o ensaio, foi até o local para discutir um projeto de televisão com o astro. "Ele foi amável e engraçado. Estava se divertindo", afirmou Erlich. Jackson, depois do papo, o convidou para ficar e ver o ensaio. O produtor disse que, vendo o cantor no palco, sentiu um arrepio na nuca. "Eu não estava vendo Justin Timberlake, Chris Brown ou Usher ou algum dos inúmeros seguidores de Michael. Era ele em pessoa." Uma das pessoas que também acompanhou o último ensaio foi Randy Philips, executivo chefe da AEG Live, empresa que investiu US$ 20 milhões na turnê de Michael. Foi a AEG Live quem contratou um cardiologista para acompanhar o astro enquanto se preparava. A família do cantor questionou a ação do executivo, que se defendeu. "Como empresa, nós preferíamos não ter um médico todo o tempo com a companhia, porque seria mais barato se ele viesse e gastássemos apenas com hotel e diárias. Mas Michael insistiu e nós o contratamos." Ontem, os fãs procuravam desesperadamente por notícias do funeral. O local onde estaria o corpo de Michael Jackson, que foi liberado para a família na sexta-feira, está sendo mantido em sigilo. Foi levado provavelmente para a propriedade dos Jackson em Encino. Na sua última noite, segundo disse sua equipe, Michael parecia "disposto, otimista e focado" durante seus ensaios. Kenny Ortega, o diretor do seu show, que tem no currículo musicais juvenis como High School Musical, começou a trabalhar com Jackson havia quatro meses. "Ele estava com grande entusiasmo e pessoalmente empenhado em cada detalhe da produção", disse. "Estava feliz, nós sentimos isso. Faríamos ainda quatro ou cinco ensaios antes de completar o trabalho e ir para Londres, e sentíamos que estava ficando realmente redondinho". Ortega disse que não tinha conhecimento de que Michael Jackson tomava drogas ou alguma medicação. Também negou que o cantor estivesse trabalhando à exaustão, quatro horas consecutivas por dia, seis dias por semana, para se preparar para os concertos - o que teria sobrecarregado suas funções cardíacas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.