Invasão provoca polêmica na USP

Alunos votam impeachment de presidente do centro acadêmico

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Por Simone Iwasso
Atualização:

A ocupação da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) por uma série de movimentos sociais na semana passada, durante a Jornada Nacional de Luta pela Educação, serviu de estopim para uma briga interna dos estudantes da unidade às vésperas da eleição para a nova presidência do Centro Acadêmico XI de Agosto, prevista para outubro. Parte dos alunos, liderados pelo grupo Escória, discorda do apoio dado pela direção do centro acadêmico ao protesto e pede a saída do presidente, Ricardo Leite Ribeiro, que pertence ao grupo Frente de Esquerda. Anteontem à noite e ontem pela manhã, o grupo Escória organizou uma assembléia que juntou cerca de 500 estudantes e votou pelo impeachment de Ribeiro do cargo. Houve duas contagens de votos: na primeira, resultado favorável ao centro acadêmico e, na segunda, resultado negativo. Não foi feita uma terceira verificação. Pelo regulamento do XI de Agosto, que funciona como uma associação jurídica, 20% dos estudantes devem assinar a lista para a abertura de uma assembléia-geral. Os opositores afirmam ter recolhido cerca de 30%. A direção do sindicato recusa a legitimidade do evento. Afirma que nomes apareciam duas vezes e havia outros de alunos já formados. Além disso, dizem que a urna com os votos desapareceu durante a noite. "Não foi uma assembléia oficial, legítima, com valor jurídico, como diz o regulamento. Portanto, não muda nada. Continuamos na direção", diz Ribeiro. Já para Renato Galleotti Santana, do grupo Escória, o presidente do centro acadêmico agiu de maneira autoritária na ocupação e deveria ter consultado a opinião de todos os estudantes antes de apoiar os movimentos sociais e depois repudiar a entrada da polícia na universidade.

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