Igreja defende alimentação para paciente vegetativo

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Por Reuters
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O Vaticano, manifestando-se sobre um debate ético que divide os hospitais católicos, reafirmou ontem que é errado e imoral interromper o fornecimento de alimentos e líquidos a um paciente em estado vegetativo, mesmo que não haja mais chance de que recupere a consciência. Em um documento ratificado pelo papa Bento XVI, o departamento doutrinário do Vaticano afirma que a administração de suprimentos por tubo a pacientes que estariam perto da morte consiste em um tratamento "comum", que não deve ser interrompido porque os doentes ainda possuem dignidade humana. A decisão deve provocar novos debates entres os especialistas em bioética, especialmente no amplo sistema de atendimento médico mantido pela Igreja Católica em vários países, a respeito de quanto os médicos deveriam fazer para preservar a vida. O documento reafirmou a postura adotada pelo papa João Paulo II em 2004, durante um acalorado debate nos EUA sobre se deveria ser suspensa a alimentação de Terri Schiavo, uma paciente que apresentava graves danos cerebrais. Em 2005, o tubo de alimentação acabou sendo retirado e a paciente morreu. "O fornecimento de comida e água, mesmo que por meios artificiais, é um meio comum de preservar a vida", diz o documento de uma página, acrescentando que o objetivo é "evitar a morte por inanição e desidratação". A Igreja Católica se opõe à eutanásia, mas ensina que meios de suporte à vida excepcionais - por serem agressivos demais ou dolorosos - podem ser interrompidos, mas apenas se a família do doente assim o desejar.

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