Faltam doses de antiviral para crianças em SP

Espera para conseguir cápsulas não passou de 20 minutos, mas remédio líquido foi difícil encontrar

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Por Mariana Mandelli , Fabiane Leite , Elder Ogliari e Iv
Atualização:

Três dias após o anúncio da Secretaria Municipal da Saúde de que as 115 unidades da Assistência Médica Ambulatorial (AMA) distribuiriam o antiviral oseltamivir, pais ainda tinham dificuldade para achá-lo em suspensão, para crianças. Das 24 AMAs consultadas, 9 não tinham a apresentação e 2 contavam com, no máximo, dois frascos. O abastecimento do remédio em comprimidos estava adequado na maioria. Mas na AMA Vila Prel, no Campo Limpo, não havia o remédio nem em suspensão nem em cápsulas. A atendente de telemarketing Ângela Silva, de 40 anos, ficou sem o oseltamivir para seu filho Robert, de 1 ano e 10 meses, que tem asma. "Eles não têm nada", afirmou ela. Por outro lado, conseguir as cápsulas ficou mais fácil. O tempo médio de espera não excedia 20 minutos. A professora Reginalda Guedes, de 43 anos, retirou os comprimidos no Jardim Pirajussara. "Foi rápido mesmo", afirma. Nas AMAs Paulo VI, Peri Peri, Vila Sônia, Vila Barbosa, Jardim Elisa Maria e Jardim Ladeira Rosa a situação também era de tranquilidade. Além da Vila Prel, as unidades que estavam sem o oseltamivir para crianças eram as AMAs do Parque Santo Antônio, Figueira Grande, Jardim Ângela, Jardim Paulistano, Chácara Cruzeiro do Sul, Vila Império, Vila Moraes e Parque Doroteia. Nesta, o funcionário afirmou que o remédio teve "muita saída durante no fim de semana" e que "tinha acabado de dispensar a última unidade". No Jardim Alfredo, a atendente da farmácia perguntava quantos frascos seriam necessários, já que só tinha um na prateleira. No Parque Novo Santo Amaro, restavam apenas dois. A Secretaria Municipal da Saúde afirmou que entre sexta e domingo 1.150 pacientes obtiveram o tratamento completo nas 115 AMAs, média de 383 tratamentos por dia. No sábado, o Ministério da Saúde encaminhou ao Estado 15 mil tratamentos. O município não precisou quantos tratamentos foram disponibilizados em suspensão ou comprimidos. A secretaria diz que o remédio para crianças não está em falta e que a demanda maior é por cápsulas. O secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, prometeu que a pasta verificará a ocorrência de casos de resistência ao oseltamivir, problema já registrado em quatro países. "Pacientes graves, pacientes que vão a óbito, têm seu vírus isolado e estudado. É esse vírus que vai ser estudado e submetido ao Tamiflu, para ver se adquiriu resistência", afirmou. MORTES Minas Gerais e o Distrito Federal confirmaram ontem suas primeiras mortes por gripe suína. Em Minas, foram três casos no total (duas mulheres e um homem), registrados em Betim, Ipatinga e Pouso Alegre. No DF, um homem de cerca de 50 anos morreu em Taguatinga. O Rio Grande do Sul confirmou mais cinco óbitos. No total, de acordo com as secretarias estaduais de Saúde, são 198 mortes por gripe suína no País. CORREÇÃO O endereço da distribuição do oseltamivir em Osasco é Rua Virgínia Crivelari, 29, e não Virgínia Trivilar.

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