EUA podem atrasar acordo completo

?Czar? do ambiente não garante aprovação de lei até dezembro

PUBLICIDADE

Por Afra Balazina
Atualização:

O "czar do ambiente" do governo americano, Todd Stern, aposta na aprovação da lei de mudança climática no Senado de seu país. Mas não garante que a decisão ocorrerá antes da Conferência do Clima da ONU em Copenhague, em dezembro deste ano. Nessa reunião serão definidas as metas de redução de emissão dos gases que provocam o aquecimento global e será fechado o acordo para substituir o Protocolo de Kyoto. Sem a lei dos Estados Unidos, o próximo acordo pode ficar defasado. "Os senadores vão inevitavelmente modificá-la. Ficaria espantado se não o fizessem. Mas, se não estiver tudo pronto até Copenhague, existe um trilho de progresso e haverá formas de lidar com isso", afirmou enviado dos Estados Unidos para o clima. Segundo ele, "não será chocante para ninguém" se algumas partes do acordo forem concluídas depois de Copenhague. Stern afirma ainda que é preciso unir pragmatismo e ciência para chegar a um bom termo em Copenhague. "Se não houver atenção à ciência, teremos um acordo ruim. Mas, se não formos pragmáticos, não fazemos acordo nenhum." Stern passou três dias no Brasil e conversou com ministros, como Carlos Minc (Meio Ambiente), e com ONGs. Ele, que também dialoga com China e Índia, afirma que os Estados Unidos querem trabalhar com o Brasil na questão climática. "Estamos fazendo um grande progresso, porém ainda há um longo caminho pela frente", afirmou. METAS Stern acredita que as metas de redução de emissão de gases de efeito estufa propostas na lei de clima dos Estados Unidos, criticadas por ambientalistas, refletem um grande esforço do seu país. Ele defendeu o objetivo de voltar, em 2020, ao patamar de emissões de 1990 (enquanto a União Europeia propõe redução entre 20% e 30%). "A comparação é mais complicada do que parece. É relevante o que estamos fazendo, se levarmos em conta a projeção de crescimento da economia e da população. É possivelmente maior o nosso esforço que o dos europeus."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.