Escola deve funcionar de acordo com o cliente

Debate - Benjamin Ribeiro da Silva: presidente do Sieeesp; ele defende que colégios mudem seus currículos para se adaptar ao novo Enem, mas critica ranking com os resultados

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Por Lucas Frasão
Atualização:

Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), Benjamin Ribeiro da Silva defende a adequação das escolas ao conteúdo do Enem. Mas condena a divulgação de um ranking com o nome dos estabelecimentos. A seguir, a entrevista ao Estado. As escolas devem mudar seus currículos para se adaptar ao novo formato do Enem? Sem dúvida. O novo Enem traz outro tipo de formação ao aluno do ensino médio. Ele tenta entender a intelectualidade do aluno e o quer mais crítico, com melhor interpretação de texto e redação. Pelo menos, é isso o que a gente espera. No geral, como os exames devem influenciar o ensino nas escolas? Na verdade, eles acabam norteando o ensino. O aluno do ensino médio, principalmente na escola privada, está visando a uma universidade. E acaba balizando como deve ser o ensino ou não. Espero que a gente não tenha, também, de ficar treinando aluno para fazer o Enem. Vai depender do tipo de avaliação que vier. É adequado pautar as agendas e currículos escolares de acordo com os vestibulares? Acredito que sim. As escolas terão de se adaptar. Elas precisam funcionar de acordo com o que o cliente dela, o aluno, necessita. Se o Enem poderá ser aproveitado para várias universidade federais, as escolas devem se preocupar com isso. O Ministério da Educação também divulga o resultado do Enem por escola. O que o sr. acha disso? Sou totalmente contra. Temos notícias de escolas que prepararam os alunos somente para fazer o Enem e, às vezes, até contratavam pessoas para fazer a prova no lugar de outras, para ter melhor classificação no ranking. Não concordamos com esse tipo de coisa. Alguns pais usam o resultado do Enem para pressionar as escolas. Isso pode influenciar o conteúdo das aulas? Com certeza. O sindicato sempre foi contra isso. Temos orientado os pais a avaliarem a escola como um todo. Uma simples prova não pode classificar se a escola é boa ou ruim.

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