Em SP, capital é a 503ª melhor cidade para idoso

Índice mediu condições de vida dos 4,3 milhões de pessoas com mais de 60 anos nos 645 municípios; 14% delas vivem em cidades inadequadas

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Por Emilio Sant'Anna
Atualização:

Entre os 4,3 milhões de idosos paulistas, 14% vivem em municípios com baixo nível de desenvolvimento e bem-estar e 7% moram em cidades classificadas como de alta qualidade de vida. São dados de um índice desenvolvido pela Fundação Seade e pela Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, o Futuridade. O índice mediu as condições de vida da população com mais de 60 anos nos 645 municípios do Estado. A cidade com o melhor desenvolvimento é Santo Antonio da Alegria, e a que tem o pior índice é Nova Campina. A capital é a 503ª na classificação geral. Quando consideradas as cidades com mais de 200 mil habitantes, São Paulo aparece como a 24ª. Santo Antônio da Alegria tem apenas 6.249 habitantes. Desses, 834 têm mais de 60 anos. As características da cidade são uma constante entre os municípios nas melhores colocações. População pequena e com boa cobertura dos programas públicos voltados para a terceira idade. Foram considerados três itens para construir o indicador: saúde, proteção social e participação. Cada um deles com variáveis como porcentagem de atendimentos na rede de proteção social básica, existência de um conselho municipal do idoso e taxa de mortalidade entre os 60 e 69 anos - o que é considerado como mortalidade precoce entre idosos. POLITICAS PÚBLICAS Segundo Alanna Armitage, representante do Fundo de Populações das Nações Unidas, o índice é fundamental para a construção de políticas públicas. "Na América Latina, o processo de envelhecimento aconteceu mais rápido do que em outros lugares, sem tempo para essas adaptações", afirma. De acordo com a Fundação Seade, em 2030 serão 7,1 milhões de idosos no Estado de São Paulo - 15,4% da população, 56,8% composta por mulheres. A diretora executiva da fundação, Felícia Madeira, diz que o Futuridade não pode ser confundido com o Índice de Desenvolvimento Humano. "O IDH indica o alcance das políticas públicas dos municípios e como eles têm se comportado", diz. Em Santo Antônio da Alegria, a aposentada Maria Jerônima Dias, de 78 anos, ainda não ouviu falar do Futuridade. Mas já deve ter sentido os efeitos. Frequenta o Centro Comunitário do Idoso, onde faz aulas de ginástica duas vezes por semana, além de aulas de crochê, pintura e bordado. "Aqui é uma cidade pequena, não tem nada de importante, mas eu gosto", diz ela.

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