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Educação é a primeira secretaria a sofrer mudança no governo Serra

Maria Helena Guimarães Castro, da Unicamp e ex-presidente de instituto do MEC, substituirá Maria Lúcia Vasconcelos

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Por Renata Cafardo
Atualização:

A pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep/MEC) Maria Helena Guimarães de Castro vai assumir a Secretaria Estadual de Educação. Com pouco mais de seis meses de governo, José Serra faz a primeira troca em sua equipe e deve anunciar oficialmente hoje a saída da atual titular da pasta, Maria Lúcia Vasconcelos. "É uma questão de prioridades. Foi uma experiência maravilhosa, mas quero me dedicar a minha família e a minha vida acadêmica", disse Maria Lúcia ao Estado, explicando que foi ela quem pediu demissão. Desde o fim da semana passada, havia rumores de que Serra planejava trocar a secretária da educação. O governo, no entanto, não confirmava a mudança. Maria Lúcia assumiu a função em abril de 2006 a convite do então governador Cláudio Lembo, com quem havia trabalhado na Universidade Mackenzie. Ela substituiu Gabriel Chalita. Ao eleger-se governador, Serra preferiu não mexer na Secretaria de Educação. Maria Helena - que sempre foi apontada como uma das principais educadoras do PSDB -, por sua vez, aceitou convite para ser secretária no Distrito Federal, onde ficou até junho. No fim de 2006, Maria Lúcia recebeu o diagnóstico de câncer de mama, passou por tratamento e chegou a se afastar do cargo. Hoje, ela está bem de saúde. A doença chegou a ser apontada como o motivo da troca, o que a secretária nega veementemente. Serra deve publicar hoje uma nota oficial sobre a mudança. "A pior coisa em educação é destruir o que já está sendo feito", disse Maria Helena. Ela ainda quer se informar sobre os programas do governo, mas já fala em priorizar os resultados das avaliações, como Saresp ou Saeb, para melhorar o ensino nas escolas (veja texto na página ao lado). Ela elogiou a antecessora e concordou com o fato de Maria Lúcia ter reduzido o programa Escola da Família, que abria todas as 5 mil escolas estaduais nos fins de semana para a comunidade e era a menina dos olhos de Geraldo Alckmin. Fontes ouvidas pelo Estado, no entanto, dizem que Serra andava descontente com o trabalho da secretária. O governador não teria gostado da medida, anunciada em maio, que determinou que professores arredondassem as notas de seus alunos para cima. Segundo Maria Lúcia, a iniciativa era o primeiro passo para a mudança na progressão continuada, cuja avaliação passaria a ser a cada dois anos, e não quatro, como ocorre hoje. Serra também teria discordado de contratos para prestação de serviços da secretaria com a Fundação Vanzolini - ligada à Universidade de São Paulo (USP), mas que é uma instituição privada. Ele preferia que a secretaria desse prioridade à Fundação Padre Anchieta, do governo do Estado. Maria Lúcia havia anunciado no mês passado que pretendia publicar guias aos professores. O material funcionaria como determinador das metas de conteúdo para cada série e como uma ajuda para o trabalho em sala de aula. Maria Helena disse que ainda vai analisar o material.

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