Cientistas divergem sobre material marciano

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Por Carlos Orsi
Atualização:

Os cientistas da missão Phoenix, da Nasa, discordam quanto à natureza do material branco revelado pela escavadeira da sonda, que pousou na região ártica de Marte. O pesquisador principal, Peter Smith, é o exemplo da dúvida: durante entrevista coletiva concedida ontem, ele se referiu diretamente ao material como "gelo exposto", para só depois se corrigir: "É possível que seja gelo ou sal. Nem todo mundo concorda que seja gelo." Smith disse que a sonda tem "os instrumentos necessários" para dirimir a dúvida, o que começará a fazer nas próximas semanas. A entrevista foi a primeira da fase científica da missão - pronunciamentos anteriores diziam mais respeito ao "estado de saúde" da sonda do que aos resultados científicos. "Pela primeira vez em 30 anos, temos amostras de Marte dentro de instrumentos", comemorou Smith. As últimas sondas a fazer análises químicas em Marte foram as duas Vikings, que começaram a operar em 1976. A Phoenix chegou no planeta no final de maio, para uma missão prevista para durar três meses. Ela vai analisar amostras do solo marciano para tentar determinar qual foi o papel da água na formação da superfície do planeta e se a região próxima ao pólo norte de Marte é ou já foi capaz de sustentar vida. A estrela do evento de ontem foram imagens feitas pelo microscópio óptico da Phoenix, revelando o que parecem ser fragmentos de olivina, um mineral já encontrado em outras regiões do planeta, além de fragmentos do que parece ser rocha vulcânica desgastada - "se por água ou pelo vento, ainda é cedo para dizer", afirmou o cientista que apresentou os resultados do microscópio, Tom Pike.

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