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Cai incidência da doença com menos terapia hormonal

Por Thomas H. Maugh Ii , Los Angeles Times e Los Angeles
Atualização:

Históricos de pacientes de uma grande organização de serviços de saúde dos Estados Unidos chamada Kaiser Permanente mostram que o recente declínio dos registros de incidência de câncer de mama está ligado a uma queda abrupta no uso de terapia de reposição hormonal, e não à diminuição do número de exames de mamografia, como especulavam vários estudiosos. A conclusão foi publicada ontem no Journal of the National Cancer Institute. Andrew Glass e seus colegas da Kaiser em Portland, Oregon, identificaram uma queda na incidência de câncer de mama entre suas pacientes de 2003 a 2006, embora o índice de mamografia tenha permanecido praticamente constante. As prescrições de estrogênio e progesterona diminuíram quase 50% em 2003 depois que dados de 2002 da Iniciativa de Saúde da Mulher ligaram um aumento do risco de câncer de mama à terapia de reposição hormonal. Num editorial no mesmo jornal, Donald Berry e Peter Ravdin, do Centro de Câncer M. D. Anderson, da Universidade do Texas, em Houston, concordaram que o declínio da mamografia não poderia ser a principal explicação para a queda dos registros de câncer de mama. "O único fator conhecido que aparentemente explicaria a queda pronunciada da incidência é a diminuição abrupta do uso de terapia hormonal na menopausa", escreveram. Ninguém está sugerindo, porém, que o estrogênio provoca a formação de tumores nos seios. A maioria dos pesquisadores acredita que o hormônio acelera o crescimento de tumores já existentes. Berry e Ravdin especularam que a suspensão da terapia de reposição hormonal desacelera o crescimento de pequenos tumores, adiando sua detecção possivelmente por alguns anos, o que resulta num aparente declínio da incidência da doença. FATORES INTERLIGADOS Nos casos em que houve recuo no recurso à mamografia, os pesquisadores listam como causas o fechamento de centros de diagnóstico, o custo do exame, o desconforto em realizar o procedimento e a diminuição da freqüência das visitas ao médico por causa da queda no uso de terapia de reposição hormonal.

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