Brechó reduz custo de material

Economia nas compras passa por disciplina, negociação com os filhos e apoio das escolas

PUBLICIDADE

Por Mariana Mandelli e Maria Rehder
Atualização:

Início de ano é sinônimo de despesa com material escolar. Além de bater perna para encontrar preços mais em conta, os pais têm de negociar com os filhos - nem sempre é possível levar a mochila da moda. Algumas famílias têm um aliado em colégios que criaram kits escolares ou feirões de livros. Outras montam estratégias próprias para comprar o material . A advogada Vera Regina Fenger, de 42 anos, garimpa livros didáticos para Maria Eduarda, de 11, e Pedro Henrique, de 13, no brechó do Colégio Santa Maria. "Consegui três livros no fim do ano. Até uniforme em bom estado eles colocam no brechó." Vera gastou R$ 825,53. Além do brechó, recorreu ao kit escolar do Santa Maria, que faz compras em grande escala de material, repassado com desconto de 15%. "Muitos itens vinham de caixa, como palitos de sorvete para aula de artes. Sobrava muita coisa." A Escola da Vila criou no seu site um feirão virtual de livros, para os pais trocarem obras usadas. Também incentiva a reciclagem: convocou alunos a levarem cadernos com folhas sobrando no fim do ano e participarem de oficinas. "Com as sobras, eles fizeram mais de cem cadernos, doados a filhos de funcionários", diz Clice Haddad, coordenadora do projeto. Sem a opção dos kits e feirões, o administrador de empresas Paulo Cesar de Aguiar, de 55, pesquisa preços, como recomenda a Fundação Procon - que, num levantamento com 254 itens, apurou diferenças de até 233% em papelarias da capital este mês. Ele abre a temporada de cotações em dezembro, pela internet. Mesmo assim, gastou R$ 839 só com livros para o filho, João Paulo, de 15, que entrou no ensino médio no Colégio Rio Branco. "Agora ele tem novas disciplinas e livros mais complexos." A professora Elisabete Rosa, de 49, só vai à papelaria com a calculadora na mão. Estima ter economizado R$ 300 dos R$ 1.110,50 que previa gastar com a filha Juliana, de 14, aluna do Colégio Bandeirantes. Elisabete também fica sempre atenta à possibilidade de repassar a Juliana livros do irmão. "Checo as novas capas para ver se são as mesmas edições que tenho em casa." Iniciativas como brechós e feirões ou a disciplina dos pais ajudam a economizar, mas nem sempre atendem aos estudantes, que têm seus objetos de desejo. A assessora pedagógica Marisa Ester Rosseto, de 45, diz que o filho Ivan, de 14, aluno do Colégio Arquidiocesano, sempre a acompanha nas compras. "Uma vez, ele quis um fichário. Fizemos um pacto: se você perder as folhas, volta a usar cadernos. Ele soube se organizar." Isso não aconteceu quando Juliana, filha de Elisabete, insistiu num fichário estampado que estava na moda. "Ela sempre tinha usado caderno. Foi um desastre." Colégio Bandeirantes 16 livros 4 itens de papelaria R$ 1.113,96 Dante Alighieri 11 livros 22 itens de papelaria R$ 939,81 Escola Móbile 18 livros 10 itens de papelaria R$ 967,64 Colégio Porto Seguro 18 livros 50 itens de papelaria R$ 1.120,13 Colégio Mackenzie 14 livros 34 itens de papelaria R$ 1.099,05 Campeões de vendas O material escolar só perde para roupas no mercado de licenciamento de marcas infantis, que gira R$ 50 bi por ano. Veja produtos de líderes de vendas, como Barbie e Homem Aranha

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.