Brasil tem 74 casos de gripe suína

ONU pede solidariedade e liderança no combate à pandemia da doença

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Desde o início deste mês, o número de casos de gripe suína no Brasil subiu de 20, registrados no dia 1º, para 74, segundo boletim divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. Dos cinco novos registros de contaminação, quatro são em São Paulo e um no Distrito Federal. Todos os pacientes foram infectados no exterior. O estado de saúde deles, segundo o ministério, é bom. Acompanhe todas as notícias da pandemia São Paulo tem o maior número de casos (27), seguido de Santa Catarina (17), e Rio (10). Os outros são de Minas (9), Tocantins (4), Distrito Federal (3), Mato Grosso (2), Bahia (1) e Rio Grande do Sul (1). O Ministério da Saúde acompanha outros 79 casos suspeitos de terem sido contaminados pela gripe. Do total de casos, 18 são de transmissão autóctone (ocorrida dentro do País). Por isso, segundo o ministério, não há evidência de sustentabilidade da transmissão de pessoa a pessoa do vírus influenza A(H1N1) no Brasil. Conforme o último boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS), 76 países registraram 35.928 casos da doença, com 163 mortes, das quais 108 no México e 45 nos Estados Unidos. Foi também registrada ontem a primeira morte na Argentina, a de uma menina de 3 meses que havia nascido prematuramente e tinha baixo peso, o que agravou sua condição. Não se sabe como o bebê foi exposto ao vírus. Na última quinta-feira, a OMS declarou pandemia da gripe pelo fato de a doença ter se espalhado para mais de uma região mundial. LIDERANÇA Ontem, Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, pediu à comunidade internacional que demonstre "liderança e solidariedade" para combater a pandemia da gripe suína. Suas declarações, feitas em um fórum sobre saúde mundial em tempos de crise, coincidiram com o anúncio do grupo farmacêutico suíço Novartis de que não doará vacinas aos países pobres. Na sexta-feira, a empresa informou que até setembro terá prontas doses de vacina contra a gripe suína. O laboratório já recebeu 30 encomendas de diferentes países. A diretora executiva da OMS, Margaret Chan, lembrou no mesmo fórum que ambos tinham se reunido com os presidentes de quase 30 farmacêuticas para pedir "solidariedade global e ajuda para que os países em desenvolvimento tenham acesso às vacinas". "Mobilizaremos recursos e teremos algumas vacinas a preços acessíveis para os países em desenvolvimento", disse Chan. "A declaração da primeira pandemia mundial em 41 anos lembra nossa vulnerabilidade e a necessidade de uma resposta global", afirmou o secretário-geral da ONU, que insistiu na necessidade de uma resposta conjunta. Chan se uniu ao pedido de Ban e disse que "todos estão juntos para sair desta situação". Durante o fórum, o secretário-geral ressaltou a importância de conseguir as metas de saúde porque, sem elas, "nunca será possível combater a pobreza, o analfabetismo e os outros desafios que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) da ONU tentam abordar". Segundo a ONU, cerca de 10 milhões de crianças morrem anualmente antes de completar 5 anos, além de outras 500 mil mulheres por causa de complicações relacionadas à gravidez. Desses casos, 98% ocorrem nos países em desenvolvimento. ARIEL PALÁCIOS, COM EFE SAIBA MAIS Por que a Organização Mundial da Saúde declarou pandemia? A OMS tem seis níveis de alerta. O sexto, que caracteriza pandemia, é declarado quando há transmissão continuada (disseminação sustentada do vírus no tempo) em duas ou mais regiões do mundo O que muda no Brasil com o nível 6 de alerta? Não há alteração das medidas já adotadas, diz o ministério Se os sintomas são similares ao da gripe, por que o alarde com o A(H1N1)? Porque é um vírus novo, pouco conhecido e ainda imprevisível Como é transmitida a gripe suína? Pelo ar ou contato com secreções de pessoas infectadas. A incubação é de três a sete dias Quais são os sintomas? Febre alta (maior que 37,5°C), dor de cabeça, garganta inflamada, tosse, dificuldade respiratória em até dez dias após sair de país afetado pelo influenza A(H1N1) ou após contato com pessoa doente

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.