Área do cérebro não determinaria função

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Por Cristina Amorim
Atualização:

Um novo estudo conduzido por pesquisadores brasileiros defenderá que as funções do organismo, como a fala, não são determinadas em áreas específicas do cérebro e sim "espalhadas" por todo o órgão. "Há cem anos, o córtex cerebral foi dividido em pequenos territórios e cada parte tinha uma determinada função. Hoje, sabemos que não é assim", defende o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. "A distribuição das funções não é determinada geograficamente, mas é probabilista, com graus de especificação", continua o pesquisador. Isso significaria que o tato, a fala e a visão, por exemplo, não são divididos apenas entre esses vastos territórios, explica. "O que acontece quando se destrói uma parte do cérebro? Por que alguém volta a falar?", questiona Nicolelis. "Não existe experiência monomodal", completa. O trabalho foi conduzido no Instituto Internacional de Neurociência de Natal, dirigido por Nicolelis, com a participação do também neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro. Ele ainda será publicado numa revista científica, contou Nicolelis, que participou ontem à noite de uma sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo. O neurocientista também informou que seu trabalho de tratamento de Parkinson, como epilepsia, começará a ser conduzido em macacos neste ano. Se os resultados forem satisfatórios, ele espera começar os testes com humanos no ano que vem.

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