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Adolfo Lutz analisa amostra de água de Mongaguá

Por Rejane Lima
Atualização:

Diante de centenas de casos de gastroenterite em Mongaguá, município da Baixada Santista a 86 quilômetros de São Paulo, a Diretoria de Saúde local decidiu anteontem encaminhar ao Instituto Adolfo Lutz, da capital, amostras de sangue e fezes colhidas dos pacientes - moradores e turistas -, bem como água encanada, mineral e do mar. De acordo com a prefeitura, o número de pacientes com mal-estar, vômito e diarreia que foram tratados no Pronto-Socorro de Mongaguá já chega a 400. Os primeiros casos da virose ainda desconhecida foram registrados em 26 de dezembro. Desde então, mais de mil atendimentos de casos com os mesmos sintomas, mas com menor gravidade, já foram realizados na rede pública. O prefeito, Paulo Wiazowski Filho (DEM), acredita que lixo acumulado nas ruas pode ter sido levado até a praia pelas chuvas e contaminado o mar. "A informação que chegou até nós foi a de forte odor da água do mar", afirmou, lembrando ainda que, como não há banheiros nos quiosques da orla, muitas pessoas que passaram a virada do ano no local utilizaram a praia como sanitário. De acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), 2 das 6 praias de Mongaguá - Santa Eugênia e Agenor de Campos - apresentam condições impróprias. Wiazowski Filho mencionou também a suspeita de que a virose tenha sido transmitida pela água distribuída pela Companhia de Saneamento Básico (Sabesp), por causa da tonalidade da água que saía das torneiras - segundo o prefeito, mais escura. "A quantidade de chuva na cabeceira da serra foi muito grande. A Sabesp não consegue uma clorificação dessa água em função de todo esse acúmulo." O prefeito foi contestado pelo superintendente da Sabesp na Baixada Santista, Reynaldo Young, que assegura não ter havido nenhum problema no abastecimento nem reclamação da população quanto à água. "A Sabesp garante a potabilidade da água. Na Baixada Santista, mais de 18 mil análises são realizadas por mês. Nas estações de tratamento, o monitoramento é feito de hora em hora", disse Young, alertando que o perigo pode estar no consumo de bicas e fontes e que muitos compram água em galões de origem desconhecida.

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