Vereador de Ponta Grossa, no Paraná, ameaça prender Pabllo Vittar

Ezequiel Bueno (PRB) lamentou, durante discurso na Câmara Municipal, que uma 'cidade família e conservadora' receba 'esse tipo de show'

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Por Redação
Atualização:
Pabllo Vittar vai se apresentar na Munchen Fest em Ponta Grossa (PR). Foto: Instagram/@Pabllovittar

Todos os anos, a cidade de Ponta Grossa (PR) realiza a tradicional Munchen Fest, evento com inspirações na cultura alemã que conta com shows, apresentações de danças e gastronomia típica. Neste ano, a festa, que será realizada entre os dias 5 e 10 de dezembro, vai receber nomes como Anitta, Henrique e Diego e Pabllo Vittar – essa última causou a revolta de um vereador da cidade.

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Na última segunda-feira, 16, o pastor e vereador Ezequiel Bueno (PRB-PR) fez um discurso na Câmara Municipal lamentando que Ponta Grossa receba "esse tipo de show" porque é "uma cidade família, uma cidade conservadora". Além disso, tomando como base uma notícia falsa divulgada na internet, Bueno ameaçou prender Pabllo Vittar.

Há algumas semanas, foi divulgado um tuíte do deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ) que dizia que ele e Pabllo fariam "uma turnê pelas escolas do Brasil ensinando as crianças sobre diversidade sexual". Entretanto, a publicação era falsa e foi desmentida pelo deputado.

Citando esse boato, Ezequiel Bueno disse: "Quem quiser ir assistir, pode ir. Agora, se inventarem de sair pra rua e ir nas escolas, eu vou prender. Vou prender, nem que depois eu seja preso por abuso de autoridade. Não vamos deixar isso acontecer, não vamos deixar uma pessoa dessa ir na escola e ensinar sobre diversidade sexual para as crianças. 'Mas pastor, é só um show'. Eu não sei não. Abriu a porta, entrou e aí é complicado".

Ele disse ainda que vai cobrar explicações da vice-prefeita da cidade e presidente da Fundação Municipal de Turismo, Elizabeth Schmidt (PSB), sobre os recursos públicos e privados utilizados na festa e como foi a escolha dos artistas.

Uma das reações à fala do deputado foi o registro de uma denúncia ao Ministério Público do Paraná feito pelo Diretório Central Estudantil (DCE) Desatando Nós, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Na denúncia protocolada nesta quinta-feira, 18, o coletivo pede que o MP investigue eventual conduta criminosa de Bueno durante seu discurso, porque suas declarações foram vistas como "discrinatórias ao público LGBT" e incitam "atitudes violentas e preconceituosas na sociedade". 

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