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'Quando recebi minha primeira carta de fã, era uma fantasia de estupro', diz Natalie Portman

A atriz participou do filme 'O Profissional' quando tinha apenas 13 anos – porém, críticos de cinema falavam sobre seus seios em suas críticas ao longa

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Por Redação
Atualização:
Natalie Portman. Foto: AFP Photo/Mark Ralston

No último sábado, 20, Natalie Portman participou da Marcha das Mulheres em Los Angeles, nos Estados Unidos, e fez um discurso poderoso sobre como o "ambiente de terrorismo sexual" afetou sua carreira, principalmente quando ela era mais jovem.

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A atriz lembrou o primeiro papel no cinema, no filme O Profissional, em 1994. "Eu completei 12 anos no set de filmagem do meu primeiro filme, no qual eu interpretei uma jovem garota que vira amiga de um homem de sucesso e espera vingar o assassinato de sua família. A personagem está, ao mesmo tempo, descobrindo e desenvolvendo sua feminilidade, voz e desejo. Naquele momento da minha vida, eu também estava descobrindo a mesma coisa. Eu estava tão feliz aos 13 anos, quando o filme foi lançado, e meu trabalho e minha arte poderiam ter uma repercussão. Eu estava muito animada quando recebi minha primeira carta de um fã, mas li uma fantasia de estupro que um homem tinha escrito para mim", disse ela, segundo o Telegraph.

"Críticos de cinema falavam sobre os meus peitos que estavam começando a crescer em suas críticas. Eu entendi muito rapidamente, mesmo sendo uma menina de 13 anos de idade, que, se eu me expressasse sexualmente, eu me sentiria insegura e que homens se sentiriam no direito de discutir e objetificar meu corpo para gerar grande desconforto em mim", falou Natalie.

A atriz ainda contou que viu pessoas fazerem uma contagem regressiva de quando ela iria completar 18 anos, porque já poderia fazer sexo legalmente. Natalie disse que, depois disso, "rapidamente mudou seu comportamento" e rejeitou qualquer papel que tivesse sequer uma cena de beijo.

"Nas entrevistas, eu enfatizava o quão estudiosa eu era, quão séria eu era e comecei a me vestir de um jeito elegante. Eu construí uma imagem de prudente, conservadora, nerd e séria a fim de que meu corpo ficasse seguro e que minha voz fosse ouvida. Eu senti a necessidade de cobrir meu corpo e inibir minha expressão e meu trabalho para mandar uma mensagem ao mundo de que eu era alguém que merecia respeito e segurança. A resposta para minha expressão, de pequenos comentários sobre meu corpo até falas claramente ameaçadoras, serviu para eu controlar meu comportamente dentro de um ambiente de terrorismo sexual", contou.

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