O chef francês Erick Jacquin relembrou as discussões sobre machismo da última temporada do MasterChef Profissionais, em entrevista à revista Veja. Para o cozinheiro, o tema ganhou uma proporção excessiva.
"Não há sexo dentro da cozinha. Há cozinheiro. A polêmica foi exagerada. E vou esclarecer uma coisa: dentro de uma cozinha, não temos tempo de falar 'por favor, querida'. É 'vá lá pegar o sal, pô!'. Não há tempo para ser carinhoso", declarou o jurado do reality.
Na época, a vencedora do programa, Dayse Paparoto, foi vítima de machismo e subestimada por diversos adversários.
Jacquin ainda comentou sobre o ego inflado dos chefs, característica que ele percebe na maioria dos profissionais da área. "Quem inventou a comida foi Deus, mas quem inventou o cozinheiro foi o diabo. Os chefs são capetas metidos e pretensiosos. Mas a culpa é dos críticos gastronômicos, que dizem que o sujeito faz uma comida divina e publicam uma foto dele todo bonitão. Elogios sobem à cabeça", afirmou.
O cozinheiro acredita que os tropeços na carreira o fizeram mais humilde. "Virei um docinho de coco", brinca. O chef foi dono do La Brasserie, restaurante paulistano que fechou as portas em 2013.
"A falência foi o grande problema da minha vida, mas consegui virar a página: fechei meu restaurante e estou pagando tudo o que devo. Não tenho vergonha nenhuma. Hoje, sinto minha cabeça leve a esse respeito. Respondi a muitos processos trabalhistas, mas, graças a Deus, o sufoco já está acabando", relatou.
Para o chef, a legislação trabalhista brasileira é um dos principais entraves na vida de cozinheiros empreendedores. "É a maior vergonha do mundo. Há muita gente querendo empregar, mas ninguém quer se arriscar", opinou. "Nunca mais vou assinar uma carteira de trabalho", completou.