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Policiais canadenses chamam mulher com Síndrome de Down de 'desfigurada'

Conversa foi gravada nos rádios dos profissionais; caso está sendo investigado

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Por Redação
Atualização:
Os policiais se referiram a Francie como uma pessoa 'diferente' e 'desfigurada' Foto: cocoparisienne/Pixabay

A polícia de Toronto está investigando dois oficiais que foram pegos zombando de uma mulher com síndrome de Down.

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Pamela Muñoz e sua filha, Francie, de 29 anos, foram paradas pelos oficiais quando Pamela furou o sinal vermelho. Sem perceber que seus rádios estavam ligados, eles disseram que havia "duas pessoas e meia" no carro porque a "garota no banco de trás", Francie, é "um pouco desfigurada". "Artístico... Esse vai ser meu código para 'diferente'", disse, aos risos, um dos policiais, de acordo com reportagem publicada na BBC

Sem saber da conversa, Pamela pediu acesso às gravações para recorrer da multa que havia recebido. Ao assistir aos vídeos, ela ouviu a conversa. À BBC, ela afirmou que não conseguia acreditar no que estava escutando. "Eu estava com muita raiva, nervosa, a mãe tigresa apareceu", afirmou. "Eu fiquei extremamente triste pela Francie e por todas as pessoas que são iguais a ela", completou.

Já a garota contou ao jornal que, quando escutou os comentários, ficou "triste e sentida" pelo que eles disseram. Ativa na comunidade de pessoas com síndrome de Down, Francie já apareceu em várias campanhas de conscientização sobre o tema.

O prefeito de Toronto, John Tory, e o chefe da polícia da cidade, Mark Saunders, pediram desculpas à família. Francie contou que Saunders esteve em sua casa por uma hora e meia na tentativa de retratar o acontecido. "Ele foi legal, ele veio para se desculpar", afirmou Francie.

Pamela disse que não quer que os policiais sejam demitidos, mas gostaria de um pedido público de desculpas. "Nós não podemos ter policiais agindo desse jeito, eles devem apresentar uma padrão de conduta e compaixão adequado", comentou Pamela. Francie disse que espera que um pedido público de desculpas faça com que as pessoas a tratem melhor, assim como outras pessoas que têm a síndrome.

Ela ainda afirmou que espera que os policiais aprendam a lidar com os cidadãos que tenham alguma deficiência. "Nós temos certeza que se eles conhecessem a Francie ou qualquer um de seus amigos, perceberiam o quão incríveis eles são", disse Pamela. "É só ignorância", completou.

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