'Mãe sem Manual', livro de Rita Lisauskas, quer mostrar que não existe maternidade perfeita

Publicação traz temas sobre a descoberta da gravidez até o primeiro ano do bebê

PUBLICIDADE

Por Hyndara Freitas
Atualização:
Rita Lisauskas, autora do 'Mãe sem Manual', e seu filho. Foto: Acervo pessoal

Após quatro anos escrevendo para o blog Ser Mãe é Padecer na Internet, Rita Lisauskas agora discute os percalços da gestação e da maternidade em seu livro, Mãe sem Manual, que será lançado no dia 6 de maio, pela editora Belas Letras.

PUBLICIDADE

Ao longo de 12 capítulos, a autora fala sobre a descoberta da gravidez até o primeiro ano do bebê - que Rita gosta de chamar de aniversário de primeiro ano da mãe. "No começo, fiquei com um pouco de medo por ter de escrever algo maior, afinal o blog tem textos semanais e mais curtos. Foi bem sofrido, complicado, mas fiquei muito feliz de ter conseguido", disse Rita ao E+.

Um dos capítulos é intitulado 'Você está feliz?', e fala sobre a mistura de sentimentos que uma mulher tem durante a gestação, que vai muito além da alegria. "É um passo para desmistificar essa alegria absoluta que a mulher 'deve' ter. Mesmo eu, que tive uma gravidez planejada, fiquei anos tentando engravidar e consegui quando fiz uma fertilização in vitro, quando me vi grávida comecei a me questionar. A felicidade é um dos sentimentos e, às vezes, pode nem ser um deles. Às vezes a barriga demora para crescer, às vezes a mulher não sente os sintomas ou ela fica com muitas dúvidas. Ainda mais nas primeiras semanas, é comum não sentir essa felicidade toda que todo mundo cobra de uma gestante", explica.

Em outras páginas do livro, Rita fala sobre a 'temporada de palpites', que começa assim que a gravidez é anunciada. Com bom humor, ela cita os comentários mais comuns feitos às gestantes e ensina maneiras de lidar com eles. "Olha, tem comentários que são aqueles tipo do 'tio do pavê', que são engraçadinhos, mas que na verdade são inconvenientes, então dá para rir e sair andando. Mas tem aqueles que fazem a mulher duvidar da capacidade que ela tem, faz ela pensar que não pode cuidar bem do filho. No caso desses comentários que podem colocar a mulher nessa situação, ela tem que sair andando e ignorar.  Eu falo no livro sobre fazer 'cara de alface'. Até porque, geralmente, esses comentários vêm de pessoas que nem te conhecem e não sabem nada sobre você", relata Rita.

Capa do livro 'Mãe sem Manual'. Foto: Divulgação

O primeiro capítulo pode ser lido online

Documento

clicando aquiPDF

Publicidade

O livro discute ainda as opções de parto - e faz questão de ressaltar que quem escolhe a cesárea não é 'menos mãe'. A hora do nascimento do bebê também ganha um capítulo especial, e a autora tenta descrever algumas das sensações que as futuras mães podem sentir, e ainda inclui informações sobre o direito da gestante na hora do parto.

O Mãe sem Manual passa por assuntos como a amamentação, depressão pós-parto, compreensão do choro do bebê e chega até a difícil questão de conciliar trabalho com o cuidado do filho e finaliza com os aprendizados e desafios do primeiro ano na tarefa de mãe. Rita espera que, ao finalizarem a leitura, as mãe e gestantes descubram como a maternidade real é imperfeita e que não respeita os planejamentos.

"Eu quero que quem ler meu livro sinta-se abraçada, porque é muita pressão, porque o mundo está dizendo que existem dois jeitos de ser mãe, quando na verdade existem vários. Isso faz com que as mulheres pensem 'eu não consigo fazer assim, então sou uma mãe horrível'. O livro vem para dar um abraço nessa mulher. A maternidade real é muito diferente do que a gente imagina. Eu costumo dizer que eu era uma ótima mãe até meu filho nascer. Por exemplo, eu tinha dito que não ia dar chupeta para meu filho, mas aí, numa noite muito punk aqui em casa, em que eu e meu marido não conseguíamos dormir, eu fui atrás de uma chupeta que tinha ganhado de uma amiga. Eu não ia dar, mas sei. No dia seguinte, você se sente uma droga de mãe porque tinha dito que não iria fazer assim, mas tudo bem. É assim mesmo, e o livro quer, principalmente, falar para as mulheres que não existe jeito errado e jeito certo de ser mãe. É muita pressão para ser perfeita como mãe. Mas não existe a perfeição, então parem de buscá-la", diz.

Os temas do livro são semelhantes aos temas tratados no blog, mas os textos são totalmente inéditos. O Mãe sem Manual será lançado oficialmente no dia 6 de maio, mas já está em pré-venda nos sites da Saraiva e da Livraria Cultura.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.