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Empresa faz 'vaquinha' para levar curso de desenvolvimento de games a idosos carentes

'É mais que um curso, é um tratamento preventivo para doenças cognitivas', diz idealizador

Por André Carlos Zorzi
Atualização:
Trabalhadores com mais de 60 anos são alvo de preconceito no ambiente de trabalho por serem mais velhos Foto: Divulgação / Facebook @InternationalSchoolOfGame

Visando dar oportunidade para idosos carentes aprenderem a desenvolver os próprios jogos de computador, a International School of Games (ISGame) vem fazendo uma campanha para arrecadar fundos por meio de crowdfunding. A ideia é que o dinheiro seja utilizado para levar o curso, feito para pessoas com mais de 50 anos, à Associação São Joaquim, que cuida de mais de 300 idosos em Carapicuíba-SP.

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"É mais do que um curso. É um tratamento preventivo para doenças cognitivas. A gente criou uma metodologia diferente da tradicional, sem a parte de teoria, exercício e prova. No curso, eles aprendem fazendo, aprendendo com os erros e interagindo com os colegas", explica Fabio Ota, CEO da ISGame. 

Ele conta que a empresa foi criada em 2014, tendo como foco aulas para crianças desenvolverem jogos, e posteriormente foi desenvolvido por pesquisadores o curso destinado a maiores de 50 anos, com forte trabalho nas áreas de raciocínio lógico, trabalho em equipe e criatividade.

Fabio alerta que o principal objetivo não é criar desenvolvedores profissionais, mas explorar os benefícios, como uma maior interação intergeracional: "Na última aula, todos voltam para casa com um game para jogar com os netos, ou sobrinhos". Para isso, desde julho, a atual turma vem sendo submetida à avaliação cognitiva de quatro pesquisadores que trabalham em um projeto aprovado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que busca identificar melhor os resultados obtidos com este tipo de atividade. 

. Foto: Divulgação / Facebook @InternationalSchoolOfGame

"Ainda há o preconceito de que games são 'coisa de criança', e muitos entram relutantes, ou meio a contragosto. A gente vai quebrando essa barreira aos poucos, mostrando que não é só jogar, você está construindo algo, e no final você vê que eles estão fazendo algo e saindo animados", salienta Ota.

Ao falar com uma administradora da Associação durante um evento, a ideia de proporcionar o curso também para quem não pode pagar por ele cresceu, e a ideia do crowdfunding começou a ser posta em prática.

É possível fazer doações a partir de R$ 20, com recompensas que variam de acordo com o valor, como aulas gratuitas e workshops. Quem participar não precisa se preocupar: o valor só será debitado caso a meta de R$ 25.752,00 seja atingida até o final do dia 18 de janeiro de 2017. "É tudo ou nada: ou a gente consegue a primeira meta, ou devolvemos o dinheiro para todo mundo que doou. Não conseguiríamos atendê-los, e não acho justo usar o dinheiro para outra coisa", esclarece.

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Fabio continua à procura de empresas que estejam interessadas em patrocinar o curso para instituições de sua preferência. Com cerca de R$ 25 mil é possível escolher um local para ser beneficiado com as aulas.

Clique aqui para saber mais sobre como ajudar.

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