Unidos até no desenho

Espécie de versão italiana dos Campana, Davide e Gabriele Adriano mostram suas criações para a Bertolini

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Por Redação
Atualização:

.Reportagem de Marcelo LimaFotos de Divulgação

 

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Há não muito tempo, dois irmãos brasileiros, Fernando e Humberto Campana, chegavam a Milão cheios de projetos e de sonhos. Menos de duas décadas depois, Davide e Gabriele Adriano, ambos piemonteses, nascidos em 1969 e 1971, fazem a rota inversa e desembarcam no Brasil, mais precisamente na Casa Brasil, em Bento Gonçalves. "À parte a língua, aqui nos sentimos em casa", afirma Davide, em meio ao lançamento da linha de móveis da dupla para a gaúcha Bertolini, na semana passada. Um cenário festivo, onde, rodeado de amigos – mas sem descuidar de potenciais clientes – os fratelli falaram ao Casa&.

 

De onde surgiu essa atração familiar dos Adrianos pelo design? Davide: Fomos criados em Cuneo, uma pequena cidade da região do Piemonte, bem aos pés dos Alpes. Um lugar montanhoso, até hoje de difícil acesso. Desde cedo tivemos de aprender a construir e a consertar nossos próprios brinquedos. Isso, acredito, acabou desenvolvendo em nós um gosto por construir e reconstruir coisas.

 

E como foi o começo da carreira? Gabriele: Cursamos Arquitetura no Instituto Politécnico de Turim, onde hoje atuamos como professores de Desenho Industrial. Desde os tempos de faculdade procuramos participar de concursos, o que sempre nos garantiu uma certa visibilidade. Nosso nome porém só se firmou mesmo há dois anos, na exposição Il Nuovo Design Italiano, realizada na Trienal de Milão por Andrea Branzi, um dos mais respeitados arquitetos italianos da atualidade .

 

 

Como surgiu a oportunidade de trabalhar com empresas brasileiras? Davide: Estivemos pela primeira vez aqui em 2007 para uma conferência na Casa Brasil. Acabamos sendo contatados pela Bertolini e pela Componenti e, logo depois, pela Riva. Este ano, estamos apresentando produtos para as duas primeiras – uma cama e uma mesa, além de uma série de luminárias. O projeto para a Riva ainda está em desenvolvimento.

 

Há algo em comum nesses trabalhos?Gabriele: Todo projeto comporta uma questão e pede um equacionamento inteligente, capaz de solucionar suas variantes. Ou seja, os materiais, as tecnologias, os custos, os desejos dos clientes. No nosso caso, procuramos ir sempre além do banal e responder da forma mais inesperada possível. Acho que essa intenção ao menos está presente em todos eles.

 

O que podem adiantar sobre o projeto para a Riva?Davide: Dentro dessa mesma linha de raciocínio, pretendemos dar uma solução inusitada para dois objetos de uso cotidiano, difundidos em todo o mundo. Só podemos dizer que está sendo um grande desafio entender os hábitos dos brasileiros na cozinha e na mesa, tendo como background a cultura culinária italiana.

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O trabalho de vocês tem tido como foco a indústria. Como veem a atual onda em torno do design-arte?Davide: Com bastante satisfação. Além de colaborar para um cotidiano mais eficiente e organizado, o design é também um poderoso meio de expressão. Confesso que ultimamente tem nos faltado tempo para nos dedicarmos mais a essa vertente do design. Mas, sempre que podemos, gostamos muito de dar vazão ao nosso lado mais descompromissado e lúdico.

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