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Transformação radical

Após reforma, apartamento em Pinheiros revela seu potencial

Por Natalia Mazzoni
Atualização:
Projeto revitalizou apartamento em Pinheiros Foto: Fran Parente/Divulgação

O lugar até parece uma casa. Com estrutura aparente no teto e varandas na sala e no quarto, este apartamento de 85 m², em Pinheiros, fica em um prédio antigo, da década de 1940, sem elevador e com dois andares. O imóvel, reformado pelo escritório RSRG Arquitetos, fica no topo e, antes da obra, estava bem diferente do que é hoje.  om ambientes bastante escuros, distribuídos com pouca preocupação com o aproveitamento do espaço, e revestimentos inusitados – o piso era de concreto com argila expandida –, o apartamento estava tão decadente que até olhos mais treinados, como o do arquiteto Rogério Gurgel, um dos responsáveis pelo projeto, tiveram certa dificuldade para enxergar seu potencial. “Quando a moradora me mostrou o espaço, recém-comprado, cheguei a duvidar que ficaria como ficou. Foi uma transformação, demolimos muita coisa e não construímos quase nada. A única parede de alvenaria hoje é a que separa o banheiro da suíte e o lavabo”, diz.

Depois da demolição, instalações elétricas e hidráulicas foram refeitas, mas a grande mudança aconteceu no momento em que foi tirado o forro do teto. “Quando pintamos a estrutura do telhado de madeira de branco, o apartamento se revelou”, conta Gurgel. Já que a ideia era construir o mínimo possível, a área social é dividida da suíte por um grande móvel de laca azul, uma das soluções conceituais que os arquitetos usaram no projeto. “É como se a reforma tivesse sido feita para criar um ambiente que comportasse, e valorizasse, uma caixa azul como centro das atenções”, explica. A peça, quando vista da sala, é só um painel, mas na lateral, no corredor de acesso à área íntima, tem compartimentos que funcionam como rouparia. No quarto, é um guarda-roupa.  Outra solução que trouxe mais um elemento interessante para o imóvel está na divisão do lavabo e da área de refeições, feita por um vidro jateado, que funciona também como o fundo de um louceiro. “O vidro ocupa menos espaço que uma parede de drywall e quando a luz, que vem de um abajur antigo, está acessa, o efeito é de uma sombra para quem está na área social”, conta.

Na obra, a cozinha mudou de lugar e ficou mais compacta. Integrada ao living por uma abertura na parede, o móvel instalado acima da bancada da pia deixa à mostra uma abertura na parede que permite a entrada de luz no ambiente. A sala de TV, projetada para ser um ambiente mais resguardado, pode servir de quarto de hóspedes quando necessário. Ainda no living – que recebe farta luz natural –, sobrou espaço para uma pequena área de trabalho, com mesa e armários antigos.  Na suíte, a pia do banheiro, deixada fora da área molhada, tem, além do armário embaixo da pia, um vertical, que acomoda produtos de higiene e ainda faz uma discreta separação da cama. “Gostamos da ideia de intervir sem construir, reformar a partir de outros elementos da arquitetura que não são necessariamente paredes. Neste projeto, o resultado é algo que sempre me remete a um céu azul. Antes, confesso, o ambiente era um tanto tenebroso”, diz Gurgel.

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