Sobrado com novo estilo

Léo Junqueira sofistica casa acanhada e com acabamento de gosto duvidoso em bairro nobre de São Paulo

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Por Marisa Vieira da Costa
Atualização:

A fachada até certo ponto suntuosa, como muitas que se seguem pelas ruas calmas e arborizadas do Alto de Pinheiros, fazia crer em uma casa idem. Mas não. Por dentro, a morada, construída no início da década de 70, era acanhada e mal distribuída, sem falar nos acabamentos de gosto duvidoso. "Os banheiros tinham azulejos azul claro ou com motivos cafonas e, em um deles, a banheira era cor-de-rosa. Na cozinha, os armários eram revestidos de fórmica amarelo-gema. Era chocante", lembra o arquiteto Léo Junqueira, que levou quatro meses, desde a discussão do projeto até a entrega da chave, para reformar a casa situada em um dos bairros mais nobres da capital paulista.

 

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Léo conta que, antes de fechar o negócio, a proprietária o convidou para visitar o imóvel e ambos chegaram à conclusão de que ele realmente tinha potencial. A casa possuía uma suíte mais dois quartos e um banheiro na parte de cima. Embaixo, uma saleta, sala de estar, lavabo, cozinha, quintal e área de serviço. E a garagem não era fechada.

 

Estruturalmente não havia problemas – "não vi nenhuma rachadura", diz o arquiteto –, mas era preciso refazer toda a parte elétrica e hidráulica. E pôr algumas paredes no chão e construir outras. Só não houve interferência no telhado e no piso da sala – com tacos claros e escuros que formam um desenho. O resto foi trocado por mármore travertino bruto.

 

"O projeto foi superplanejado", conta Léo, que teve, ao mesmo tempo, de atender ao gosto da cliente e atualizar a linguagem da arquitetura. No andar superior, ele aproveitou o espaço de uma varanda para "puxar" o quarto do casal e fazer um banheiro. De outro banheiro fez dois, um para cada menina, e ainda criou mais uma suíte, para o rapaz.

 

Na parte de baixo, setorizou os espaços mexendo na circulação. Criou uma passagem direta para a cozinha para quem desce a escada em curva e também um escritório. Uma sala isolada virou home theater, o living foi ampliado e uma varandinha sem uso deu lugar a uma sala de jantar. A cozinha ganhou duas entradas e os serviços foram isolados atrás dela.

 

"No quintal tinha uma paredinha de tijolos vazados e quem estava na sala via a roupa estendida no varal. Era um horror", conta Léo, que criou uma área para churrasqueira.

 

Outro curinga da reforma foi trazer a iluminação natural para dentro de casa. O arquiteto substituiu janelas convencionais por portas de vidro nas salas e trouxe a luz externa para as salas ao eliminar a varanda sem uso.

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A fachada ganhou muro e uma garagem fechada. Tijolos de vidro foram retirados da entrada para dar lugar a uma grande porta que valorizou o conjunto. Léo também fez o projeto de interiores, seguindo seu gosto por base neutra. Desenhou a marcenaria e escolheu para o jantar mesa de vidro bisotado da Vermeil.

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