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Rodrigo Ohtake usa cores para iluminar, criar volumes e tornar cada vista única em casa no Butantã

Reforma redistribuiu os espaços e priorizou a entrada de luz

Por Natalia Mazzoni
Atualização:
Área do estar da casa. O piso é de placas de cimento Foto: Fran Parente/Divulgação

Para melhor entender esta casa de 180 m² no Butantã é preciso conhecer seu autor, o arquiteto Rodrigo Ohtake. E sua descendência talvez seja o caminho para se atingir a essência de seu trabalho. Filho de Ruy Ohtake, um dos mais importantes arquitetos brasileiros, e neto da artista plástica Tomie Ohtake, Rodrigo cresceu repleto de referências artísticas. Um acervo que o leva hoje a misturar em um mesmo ambiente cores fortes, estruturas pouco convencionais em uma casa, promover trocas incessantes de experiências. E ele não vê o menor problema em carregar consigo seu sobrenome. “Quando comecei a trabalhar, levava os clientes em casas que considero inspiradoras, assinadas por meu pai ou outros arquitetos que admiro, para explicar certas ideias que eu tinha para o projeto. Hoje, já tenho meu próprio portfólio, as pessoas sabem do que se trata meu trabalho, mas confesso que, às vezes, não é fácil convencer o cliente de algo que foge ao comum”, diz Ohtake. Para tirar do papel essa casa, no entanto, não foi necessário lançar mão de tantos argumentos. A proprietária buscou o arquiteto depois que se apaixonou por um projeto seu, e o encantamento foi tanto que eles escolheram juntos o imóvel que seria comprado e reformado. Depois de encontrada a casa, Ohtake se dedicou a criar um projeto que promovesse o encontro de todos os membros da família, composta de um casal e dois filhos. “Como se tratava de um imóvel antigo, foi preciso fazer uma obra razoável. No fim, hoje tudo está mudado, sobrou apenas a estrutura da casa antiga”, explica.

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O ponto de partida do projeto foi abrir espaço para que escritório, estar e cozinha não tivessem barreiras. Tudo foi acomodado em boa parte da área interna, os quartos, de tamanhos razoáveis, ganharam a importância de serem um lugar dedicado apenas ao repouso. “Os espaços individuais ficaram em segundo plano. Os quartos das crianças, além de pequenos, estão posicionados de forma a não ter janelas”, diz o arquiteto. A estratégia pouco convencional foi usada para que o espaço de convivência da casa tivesse a maior área e a máxima incidência de luz possível. “A circulação e iluminação nestes quartos foram garantidas com os vitrôs instalados acima da altura da porta”, completa.Quartos recuados, o espaço da área de convivência é banhado de muita luz que vem do jardim e entra pelas portas de vidro que percorrem o living. Na cozinha o arquiteto instalou um forro de vidro, dando ainda ênfase para a claridade. “Não precisa ter uma entrada principal. O acesso pode se dar pelo jardim, por qualquer uma das portas de correr.”  Entre o estar e a cozinha, um balcão de madeira feito na forma de uma meia-lua lembra os traços curvos tão presentes no trabalho de seu pai, Ruy Ohtake. Nas paredes, cores pensadas de maneira estratégica para iluminar, criar volumes, fazer com que a vista de cada ângulo seja única. E também, claro, deixar sua assinatura. “Trago de minha avó a criação baseada na inspiração. Surpreender será minha busca constante na arquitetura.”

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