Quero ser Julia Child

Bom apetite. A professora de culinária Ana Moraes, apaixonada por comida, trouxe dos EUA dos fogões às panelas

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Por Redação
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Ana Lucia Egydio Martins de Moraes trouxe na bagagem, quando voltou a morar no Brasil em 2007, depois de 15 anos nos Estados Unidos, dois fogões, duas geladeiras SubZero, duas máquinas de lavar louça, seu jogo de panelas de inox All Clad, além de conjuntos de facas, toda sorte de eletrodomésticos, louças, livros e gadgets de cozinha. "Foi duro, mas não dava para me desfazer das coisas que adoro", diz Ana, professora de culinária e banqueteira que tem como inspiração a americana Julia Child.

 

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"Meu paraíso é a minha cozinha", reforça ela, que, na verdade, tem duas no amplo apartamento onde mora, no Morumbi. A social, que chama de cozinha-escola e é onde recebe as alunas e cozinha junto com os filhos; e a profissional, onde se preparam almoços e jantares e ela testa receitas.

 

Ana bateu perna antes de encontrar um apartamento onde pudesse pôr em prática a profissão que começou a se delinear quando ela tinha cerca de 12 anos e ensinava as amiguinhas a fazer pão com manteiga. "Quis um espaço com a minha cara; preciso ter uma relação intimista com a cozinha", confessa.

 

Integrada a uma saleta com sofás, almofadas e televisão, a cozinha-escola de Ana é aconchegante. Tem piso de canela de demolição (como o resto do apartamento), paredes em tom berinjela e bancadas de inox (da Mekal). "Além de dar um ar contemporâneo, são de fácil limpeza, aceitam frio e calor e combinam com a coifa e o fogão", explica. Como duas pequenas janelas ficaram escondidas, Ana resolveu o problema da iluminação com uma claraboia.

 

Mas o grande trunfo dessa cozinha é a marcenaria, executada pela Línea Móbile, toda de nogueira - que combina com o piso de madeira. Os armários foram adaptados a tudo o que Ana trouxe dos Estados Unidos e muito mais. Há lugar exclusivo para assadeiras, gavetões que acomodam até os lanches das crianças e uma gaveta enorme só para os talheres. Um móvel com prateleiras que toma toda uma parede abriga a biblioteca de culinária - com a maioria dos livros em inglês. No lugar de uma varanda, ela preferiu uma horta.

 

A cozinha profissional é, na verdade, um corredor que se estende até a área de serviço. Com piso de ladrilho hidráulico (da Casa Franceza), é acessada por uma porta com escotilha. Tem pia de duas cubas, geladeira, forno e o fogão Wolf de seis bocas, o preferido por 10 entre 10 americanas, segundo Ana.

 

A culinarista, que aceita encomenda de jantares para até 50 pessoas, está formando sua quarta turma. Dá aulas para cinco pessoas de cada vez - a maioria cozinheiras de casas de família. Ela ensina desde a função de cada panela a cortes de aves e como tratar frutas, legumes e verduras.

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Formada em pedagogia, Ana foi professora de educação infantil dos 17 aos 24 anos. Casou em 1993 e, no dia seguinte, partiu para os Estados Unidos, onde arrumou emprego de professora-assistente de português na Universidade da Pensilvânia. Às sextas-feiras, fazia um curso básico de culinária em Nova York.

 

De volta ao Brasil em 1996, fez estágio com Charlô Watley. Retornou aos Estados Unidos no ano seguinte e se inscreveu no curso de chef do Institut of Culinary Education, em Manhattan. "A base era a cozinha francesa porque o diretor tinha sido amigo da Julia Child."

 

A saga de Ana Lucia pelo mundo das panelas inclui ainda uma passagem pela Food Network, canal de TV a cabo americano especializado em dar receitas o dia todo. Agora, morando novamente no Brasil, ela retomou a profissão da maneira que gosta. "Meu negócio é ensinar comida bem feita e que alimenta."

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