Pessuto estreia no design com banco multiuso 'inventivo' e 'inteligente'

Memórias familiares, Londres e até uma tampa de shampoo inspiraram o versátil Catuaba

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Por Felipe Saturnino
Atualização:
O banco Catuaba, assim batizado pelo nome da madeira, tem sido chamado de inteligente por clientes de Pessuto. "Estou surpreso com a repercussão", afirma. Foto: Renato Navarro

Com sabor de resgate pessoal e familiar. É assim que o premiado paisagista Ricardo Pessuto descreve sua primeira vez no design. Para ele, criar o versátil banco Catuaba, que acumula nada menos do que quatro funções diferentes, foi um pouco rever suas memórias: logo vieram à cabeça as lembranças da infância em meio à indústria moveleira do pai e sua paixão pelos móveis - além do período em que atuou como agrônomo e sentia dificuldades em encontrar móveis para equipar seus jardins.

Hoje, isso mudou: ele mergulhou no design e sua primeira peça, de desenho orgânico, funciona tanto como banco quanto espreguiçadeira. A estrutura articulada de alumínio lembra uma folha dobrável e, por isso, seus clientes têm se referido a ela como inventiva e inteligente. “Estou bem surpreso com a repercussão”, diz.

Com 25 anos de carreira e grande repertório, o paisagista Ricardo Pessuto disse que uma tampa de shampoo contribuiu paracriar o multifuncional Catuaba."Tudo é referência", diz ele. Foto: Rafael Renzo

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Surpresas também surgiram na fabricação. A madeira de catuaba, que batiza a peça, não foi sua opção inicial. Apenas ao se dar conta da tonalidade, nuances de cor e resistência ao ambiente externo, ele optou pela variedade. Tanto sua conclusão de curso no Instituto Europeu de Design (IED) como sua estadia de um ano em Londres o motivaram a fazer o Catuaba. “Existem bancos por todos os lados por lá. Bancos com memória”, relembra.

Para Pessuto, hoje até objetos cotidianos são inspiração. “Pensei o Catuaba a partir de uma tampa de shampoo. De repente, tudo é referência.”

Uma das configurações do banco, cuja estrutura de alumínio permitiu as articulações. Foto: Renato Navarro

Matéria publicada na edição impressa de 11 de junho com o título "Folha dobrável".

*Estagiário sob supervisão do editor de suplementos Daniel Fernandes

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