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Pazes com os interiores

Lighting designer fala sobre o impacto do advento da tecnologia LED nos projetos de iluminação

Por Marcelo Lima
Atualização:
Apartamento iluminado pelo studioix exibe painel luminoso de LEDs que funciona como divisória Foto: Divulgação

Apesar de se definir um entusiasta da tecnologia – “Em termos de miniaturização, consumo de energia e ciclo de vida, ela é mesmo imbatível” –, ao arquiteto e lighting designer Guinter Parschalk nunca ocorreu a ideia de executar um projeto luminotécnico, única e exclusivamente, a partir de LEDs. “Seria reduzir demais as possibilidades de luz. Como na natureza, em iluminação, biodiversidade é essencial. Tem de misturar”, recomenda.

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À frente do studioix, escritório especializado em percepção visual e iluminação, Parschalk conta com uma extensa lista de projetos desenvolvidos aqui e no exterior. Mas, sempre que pode, exercita-se no desenho de luminárias. “Desde que me conheço por gente sempre fui um bom fazedor de coisas”, disse nesta entrevista ao Casa, na qual, além de elencar os múltiplos talentos das diminutas lâmpadas, deu dicas preciosas de como bem iluminar um quarto.

Qual impacto o advento da tecnologia LED teve sobre o desenho das luminárias e demais equipamentos luminosos?

Foi imenso e acredito que apenas agora, nós, designers, estamos começando a vivenciar todas as possibilidades ao nosso alcance. Felizmente, já começamos a deixar para trás a ideia de redesenhar as peças, de apenas adaptar nosso tradicional acervo ao LED. Hoje estamos assistindo a um verdadeiro renascimento formal, com luminárias exibindo formatos há menos de uma década impensáveis e concebidas, especificamente, para a tecnologia LED. Isso, sem falar de toda uma gama de equipamentos inéditos – lâmpadas, spots, fitas luminosas – que não param de chegar ao mercado todos os dias.

E em relação à iluminação residencial?

Aí, então, nem se fala. Diria que a tecnologia propiciou que o projeto de iluminação finalmente fizesse as pazes com os interiores. Elementos como sancas, rodapés, forros, de difícil solução tempos atrás, passaram a ser iluminados de forma muito mais satisfatória e integrada à arquitetura. Por não emitir calor, as lâmpadas LEDs chegam onde as incandescentes e halógenas jamais ousaram estar. Aliás, de certa forma, o LED mudou a própria forma de olharmos para essas lâmpadas. Em lustres, utilizadas pontualmente e com critério, elas passaram a ser valorizadas pelas suas características únicas, sobretudo sua baixa temperatura e a coloração âmbar de sua luz.

E em se tratando da iluminação dos dormitórios, alguma recomendação?

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É importante que o ambiente seja trabalhado do ponto de vista funcional, mas também do seu conforto. É fundamental dotar o espaço de uma fonte de luz indireta, para, por exemplo, poder acordar de madrugada sem ter de acionar o lustre central. Por outro lado, nada impede que, por meio de uma luminária de braço, posicionada no criado-mudo, o facho luminoso chegue até as páginas do livro que lemos antes de dormir. Nesse sentido, o LED tem muito a oferecer. Nos meus projetos, costumo sempre sugerir a fixação de um perfil de alumínio, com uma barra de LED embutida, atrás da cabeceira da cama: pode não ser suficiente para ler, mas cria um clima e não deixa ninguém na mão.

O lighting designer Guinter Parschalk Foto: Divulgação
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