Os melhores momentos de Casa Cor

Os ambientes que marcaram as edições anteriores do evento que completa 30 anos e abre suas portas na próxima terça-feira (17)

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Por Marcelo Lima
Atualização:
Living interativo, com paredes grafitadas, de Marcelo Rosenbaum, de 2004 Foto: divulgação

Quando a primeira edição da Casa Cor abriu as portas em São Paulo, no fim da década de 1980, decorar a casa era uma atividade reservada a poucos. E exercida por um número ainda mais restrito de profissionais. No caso da mostra, por não mais que 25 nomes, selecionados entre a elite da decoração da época, que pela primeira vez se deparavam com o desafio de remodelar, de forma conjunta, os ambientes de uma casa de 750 m², no Jardim Europa. De lá para cá, não soa exagerado dizer que tudo mudou. Como tema, a decoração ganhou interesse geral. Como mercado, movimenta lucrativos empreendimentos. Enquanto a mostra importada para o Brasil pelas sócias fundadoras Yolanda Figueiredo e Angélica Rueda, além de negócio multinacional (são três as franquias internacionais – Peru, Equador e Bolívia), se transformou em uma efetiva plataforma de lançamento de tendências, produtos e profissionais. De arquitetos, designers de interiores e paisagistas, até hoje lembrados por ambientes que pontuaram momentos decisivos na forma de conceber os interiores domésticos. “Sim, existem espaços para os quais sempre nos remetemos quando olhamos o evento em retrospectiva”, assume Cristina Ferraz, diretora de Relacionamento da Casa Cor.  Ainda nos primórdios, ela cita uma sala de jantar criada por José Duarte de Aguiar, em 1993. Um ambiente com paredes laqueadas, coroado por um lustre holandês antigo banhado a ouro. “O uso que ele fez do vermelho foi uma ousadia para a época”, diz. Avançando no tempo, o fim da década de 90 marca o auge da curiosidade pelo modo de vida dos países do sudeste asiático. Autêntica raridade, uma estrutura original balinesa, com entalhe artesanal, foi importada por Esther Giobbi para o evento. Com a chegada do século 21, a Casa Cor se consolida como evento de afirmação dos novos talentos da decoração brasileira. Em 2003, em um dos maiores espaços já apresentados, Débora Aguiar propôs um haras de 850 m², que incluía, além de uma área fitness com esteira ergométrica para cavalos, um loft completo para o proprietário e um espaço ícone nas casas de hoje, o gourmet. Na mesma edição, Roberto Migotto apresentava um hall de proporções monumentais, com destaque para o majestoso sofá Victoria & Albert, de Ron Arad, e por luminárias de Philippe Starck que atingiam até 4 m de altura. Enquanto Oscar Mikail caprichava na decoração de seu living, apresentando um teto inteiramente grafitado pela dupla de artistas osgemeos, então em início de carreira. Virando o conceito de luxo, tão caro ao evento, de cabeça para baixo, um jovem Marcelo Rosenbaum exibe, no ano seguinte, uma sala de visual descompromissado, com paredes descascadas, nas quais os visitantes eram convidados a interagir com o ambiente, deixando suas assinaturas sobre painéis acartonados. “Nosso elenco se renova sempre. Os nomes consagrados se alternam, mas estamos sempre abertos aos novos talentos”, conta Cristina, que prefere não arriscar suas apostas para a edição que abre as portas na terça-feira e recebe cobertura do Casa, no próximo domingo. “Só posso adiantar que tem gente boa chegando. Inclusive de outros estados do Brasil. É esperar para ver”, comenta.

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