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Opção consciente

Em Cotia, além de usufruir da arquitetura, a família mantém hábitos ecológicos. O projeto de Flávia Ralston

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Por Redação
Atualização:

.Reportagem de Julia Contier

Produção de Ângela Caçapava

Fotos de Zeca Wittner

 

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Reutilizar a água da chuva para regar o jardim. Aproveitar a luz do sol para aquecer a água da piscina e do banho. Reciclar os materiais utilizados na obra. Esses foram alguns dos itens que nortearam a obra da casa sustentável, em Cotia, projetada pela arquiteta Flávia Ralston.

 

À esquerda, corrente que capta água da pluvial a partir do telhado e os troncos roliços de eucalipto. À direita, acima, a madeira no meio do caixilho de PVC ecologicamente correto, sem chumbo em sua composição. Abaixo, bancos de madeira de demolição na beira da piscina servem de guarda-corpo para tomar sol. A casa de boneca foi feita com restos de madeira usada na construção

 

"Quando decidimos sair de São Paulo e construir uma casa na Granja Viana, queríamos que ela fosse iluminada, ventilada e que aproveitasse a energia solar", conta a proprietária, Marta Ferreira. "Juntos, fomos acrescentando outros pontos importantes, como o reúso da água pluvial, lâmpadas econômicas, válvulas de descarga com duplo fluxo e lareira com sistema misto (gás e lenha)", completa a arquiteta.

 

 

Hoje, quem visita a morada da família – casal e duas filhas – nota que a vida da casa gira em torno dessa filosofia. De acordo com Flávia, "o uso cuidadoso da água e da energia se estende para a coleta seletiva de lixo, o plantio e a manutenção de árvores nativas e o cultivo de uma horta no jardim".

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A inclinação do terreno de 1.080 m² permitiu a implantação da residência em platôs diferentes. Segundo o assistente de Flávia, Michel Habib Ghattas, respeitar a natureza do solo evita a terraplenagem, além de baratear o processo construtivo e deixar a obra mais rápida porque evita a escavação.

 

Com 433 m², a casa tem dois níveis, respeitando a inclinação. O andar térreo, com pé-direito duplo, concentra a parte social, enquanto o nível superior e o mezanino foram reservados aos quartos e ao escritório. No platô intermediário, a arquiteta implantou a área de lazer, composta por piscina, spa, churrasqueira e depósito.

 

 

Para atender aos estudos de conforto térmico, as áreas de convivência, lazer e íntima da casa estão voltados para as faces norte e leste e recebem a melhor insolação durante todo o dia. "À noite, há lâmpadas de baixo consumo na casa e na piscina", diz Michel.

 

Grandes vãos, janelas e portas de correr estrategicamente posicionados em lados opostos garantem ventilação cruzada em todos os ambientes e definem a construção. Assim,a casa torna-se fresca no verão e aconchegante no inverno.

 

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Além dos cuidados quanto ao posicionamento no terreno, e ainda aproveitando o perfil do solo, instalou-se embaixo da casa o sistema de captação de água da chuva, usada para irrigação do jardim e lavagem externa. Painéis solares servem tanto para aquecer a água da piscina como a dos banheiros.

 

Em relação aos materiais, o ponto alto da casa é o uso racional do sistema de concreto e ferro, que foi utilizado apenas nos quartos e na cozinha. "Todo o resto foi feito com estrutura de madeira", explica Michel. O madeiramento interno e a estrutura do telhado são de eucalipto roliço de reflorestamento, tratado e autoclavado. A madeira serrada é itaúba certificada e a de demolição foi usada nos decks de acesso à piscina. Um detalhe: em uma casa de Flávia Ralston, não poderia faltar a escada feita com degraus de toras de eucalipto cortadas, que já virou uma espécie de marca da arquiteta.

 

Perto da residência, num platô intermediário, ainda foi construída uma casa de boneca, com as sobras de toras de eucalipto e cobertura de sapê. Um pedido das crianças – "e da mãe também", lembra Marta.

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