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Muito a mostrar

Idealizadora do Museu A Casa fala sobre artesanato nacional

Por Marcelo Lima
Atualização:
Renata Mellão do Museu A Casa Foto: Denise Andrade/Divulgação

Desde o ano passado, com a inauguração de sua atual sede em Pinheiros, A Casa – Museu do Objeto Brasileiro, projeto idealizado por Renata Mellão, tem se firmado como ponto de referência do fazer artesanal brasileiro. Como mediadora cultural, Renata incentiva a pesquisa, a troca de informações e a realização de mostras com o objetivo permanente de integrar os diversos atores do sistema design, tendo como foco o artesanato nacional. “Sempre gostei de observar a produção artesanal que dialoga com a cultura de cada país e, nesse sentido, o Brasil tem muito a mostrar”, afirmou nesta entrevista ao Casa.

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Existe muito de idealismo na realização do projeto A Casa. O que a inspirou nessa iniciativa e para onde seu sonho a leva hoje?

Sim, existe muito de sonho, mas estamos completando 18 anos de idade e, sendo assim, acredito que hoje ele já tenha se tornado realidade. Gostaria de prosseguir nesse caminho, criando projetos que incentivem os artesãos a produzir. Meu objetivo, desde o começo, tem sido o mesmo: apresentar essa produção em um espaço que a valorize e promova sua comercialização. Só assim esse imenso patrimônio cultural terá continuidade.

Como a senhora vê hoje a parceria entre designers e artesãos?

Os artesãos são detentores da técnica e do saber fazer, mas, digamos assim, por vezes são pouco afeitos à inovação. É aí que entra o designer, com sua capacidade de conceber produtos diferenciados. Por outro lado, o designer também precisa ganhar a confiança dos artesãos com seu trabalho, além de colaborar para que os produtos que resultarem dessa parceria tenham um mercado. De qualquer forma, é necessário conduzir essa parceria de maneira muito equilibrada e respeitosa.

A senhora acredita que o artesanato, no futuro, vá integrar o projeto dos objetos, inclusive daqueles produzidos pela indústria?

O Brasil oferece muita matéria-prima para ser trabalhada e apropriada pela indústria. Desse modo, ao equilibrarmos o produto industrial com o calor da atividade artesanal, podemos promover impactos positivos. As empresas também podem começar a pensar mais em criar tiragens limitadas, dado que o toque do artesão pode fazer com que peças industriais se tornem únicas. O que pode criar um significado novo para os objetos. 

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