Mudança de rota

Alessandra Delgado sentia falta de móveis mais autorais para seus projetos e resolveu atuar também com designer

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Por Marcelo Lima
Atualização:
Carrinho de chá da coleção assinada pela arquiteta de designer Alessandra Delgado Foto: Felipe Gombossy

O encanto pelo desenho data dos tempos de faculdade. Uma vez arquiteta, porém, Alessandra Delgado sentia falta de móveis mais autorais para seus projetos. “Pensei que melhor seria ter minha própria marca, imprimir às criações a identidade na qual acredito e a qualidade que considero fundamental”, revela ela, que desde 2006 atua também como designer, a princípio por conta própria e, hoje, em parceria com outros fabricantes. “Cada peça tem sua história e deve ser pensada para superar modismos e atravessar o tempo”, afirmou ela, nesta entrevista ao Casa.

A designer Alessandra Delgado, posando com móveis de sua criação Foto: Felipe Gombossy

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O que a levou a produzir seus móveis por conta própria?

Comecei a desenhar há 20 anos. Como arquiteta, sentia falta de peças autorais, porém acessíveis. Naquele momento, as fábricas dificilmente contratavam designers para desenvolver coleções. Por outro lado, a mão de obra de que dispunha para desenvolver minhas peças deixava muito a desejar e, assim, decidi me tornar fabricante, caminho que segui até o ano passado. Em agosto deste ano, lancei minha marca, a Alessandra Delgado Design e, desde então, desenho para diversas empresas.

O que a mudança de rota acarretou de mais positivo e de mais desafiador?

Foi muito positiva a interação em tempo integral que vivi com a produção. Partir do desenho para o protótipo e acompanhar todas as etapas é apaixonante. Como fornecedora, tive contato intenso com o mercado, o que me deu uma visão ampla do comprador brasileiro, de suas peculiaridades regionais. Hoje, continuo tendo contato direto com a fábrica, mas sem a rotina diária como uma preocupação, o que me permite experimentar com mais liberdade.

A cadeira Bruna e aparador de madeira: duas das criações da última coleção Foto: Felipe Gombossy

Cor e toque são elementos bastante presentes em seu mobiliário. Com quais objetivos?

Durante boa parte de minha carreira meu trabalho foi baseado na madeira, de forma que conheci muito sobre os acabamentos naturais e pinturas associadas ao material. Hoje, também utilizo metal e a tapeçaria nas minhas coleções. Procuro usar esses materiais de forma que se complementem. Para cada peça estudo a cartela de cores, texturas e tecidos que seriam utilizados. Cada material aplicado proporciona a quem usa um toque diferente e aliados às cores podem produzir sensações das mais variadas, que vão do calor ao frescor, oferecendo a cada usuário uma interação mais personalizada.

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