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Momento é de volta às raízes

Coolhunter brasileira aposta na simplicidade

Por Marcelo Lima
Atualização:
A coolhunter Fah Maioli Foto: Janete Kriger/Divulgação

Curiosa por natureza, a gaúcha Fah Maioli lembra de ter tido um contato bastante precoce com literatura, arte e mitologia – disciplinas que considera hoje essenciais para o seu desempenho profissional. Tempo depois, já decidida a se tornar uma coolhunter – em outras palavras, uma caçadora de tendências –, ela se transferiu para Milão, onde cursou mestrado em Gestão do Processo Criativo, com especialização em design, pela Universidade de Línguas e Ciências da Comunicação. “Ser coolhunter não significa mostrar o que eu gosto. Mas, sim, detectar o que os outros gostam e descobrir por quê”, disse a consultora ao Casa, na semana passada, em São Paulo, onde esteve para o lançamento de seu livro, o Manual de Coolhunting - Métodos e Práticas.

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Como é o dia a dia de um (a) coolhunter?

Sou coolhunter 24 horas por dia, 7 dias por semana. Durante o café da manhã dou uma olhada nas notícias econômicas, políticas e culturais dos 12 jornais, incluindo brasileiros, que assino. À tarde, parto para a pesquisa de campo, esteja onde estiver. Vou a mostras, lojas conceito e até a concessionárias de carros. Analiso tudo: das vitrines ao modo como as pessoas estão se alimentando. Mas devo confessar que 60% do meu tempo é dedicado à leitura. Nada substitui o conhecimento que você adquire ao ler um bom livro.

A partir daí, como você elabora suas conclusões?

Acho importante esclarecer que não faço futurologia. Então, se pretendo me aproximar do futuro, devo estar atenta ao que está acontecendo no presente. Tento compreender o zeitgeist (termo alemão que define o clima intelectual e cultural de um lugar) a cada momento. Depois, procuro relacionar essas informações com o que aconteceu no passado e, por fim, estabelecer um cruzamento. Costumo dizer que funciono como um filtro. 

Do que tem visto, o que considera estar em alta hoje no design e na decoração?

Sem dúvida, a simplicidade e a originalidade. Esta última, sinalizando um grande retorno às raízes, que pode ser concreto – na forma de móveis de lava, troncos ou pedras, como temos visto nas feiras internacionais – ou apenas simbólico. A casa também volta a ser vista como útero protetor, mais segura e menos esvaziada, menos como símbolo de poder. Quem decora está mais interessado em mostrar o que é. E não no que o seu vizinho ‘acha’ que ele seja. 

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