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Meu olhar

A exposição Modernos / Contemporâneos, na visão do procurador do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo Rafael Antonio Baldo

Por Rafael Antonio Baldo
Atualização:
Vita geral da mostra Modernos/Contemporâneos, em cartaz na Bolsa de Arte Foto: Divulgação

A porta estava entreaberta. Para mim, só reforçou a curiosidade em desvendar o que ali se guardava. Ou melhor, se expunha. Quem diria que naquele sobrado, de uma rua tão pacata quanto a Rio Preto, estariam reunidos tantos móveis, que retratam tão bem a evolução do nosso design. Estamos na mostra "Modernos/ Contemporâneos: Design Brasileiro de Móveis", sob a curadoria de Marcelo Vasconcellos e Alberto Vicente. Bancos, poltronas e cadeiras: aqui eles são as estrelas.

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Se o design for, como acredito, uma busca incessante do equilíbrio entre o útil e o belo, a cadeira de Três Pés, de Joaquim Tenreiro, e o banco Tablete, de Zanini de Zanine, são, para mim, os melhores exemplos em exposição. Em comum, as duas peças se sobressaem pelo uso expressivo da madeira, delineada pelo traçado geométrico preciso que lhes preserva a identidade. 

Não poderia deixar de citar as formas da cadeira Copacabana, de Jacqueline Terpins, que nos levam diretamente à praia homônima, com seus braços metálicos curvos que contrastam com o assento em couro preto.

Outras das peças, apesar da concepção original deixam a desejar no quesito funcionalidade aplicada ao uso cotidiano. Como é o caso da Série Herdeiro da Tradição sobre Cadeira Estrutural, também de Tenreiro, com seus encosto e assento compostos por múltiplos cordões coloridos que se elevam do chão, como raízes. Já a poltrona Ritveld, de Alê Jordão, reforçada pela sua confecção em chapas metálicas, pode até ganhar ares mais robustos. Mas também braços e assentos que são verdadeiras ameaças às roupas de quem nela repousar.

Mas, seja lá como for, uma coisa é certa: todos os móveis exalam a inventividade brasileira. Tanto é assim que a exposição revela uma miscelânea de formas, texturas e materiais que indicam quão diversa é a cultura do nosso País. E quanto nossos designers sabem traduzir nossos costumes e hábitos. Exemplo disso é a poltrona Rede, de Sérgio Bernardes. Fiquei morrendo de vontade de nela me espreguiçar!

Os curadores da mostra, Marcelo Vasconcellos e Alberto Vicente Foto: Divulgação
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