Menino prodígio

Coleção de móveis do designer catarinense Jader Almeida tem lançamento agendado em São Paulo, Milão e Nova York

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Por Marcelo Lima
Atualização:
O designer catarinense Jader Almeida que lança nova coleçaõe esta semana em São Paulo Foto: divulgação

Idealizada todos os anos, a mostra Boas Novas tem a missão de apresentar ao mercado o resultado da bem-sucedida parceria entre o designer Jader catarinense Almeida e a marca gaúcha Sollos, que produz suas criações com exclusividade. Composta por cadeiras com e sem braços, cadeira para home office e poltrona lounge, Mia, a coleção 2016, já conta com nada menos que três datas de lançamento agendadas: além de São Paulo, na terça-feira, a coleção será apresentada em Milão, em abril, e em Nova York, em maio. “Para quem, como eu, tem como foco a abordagem seriada, ter a meu lado uma indústria que investe em tecnologia e é atenta à excelência é, de fato, muito importante”, afirma Almeida, que falou ao Casa sobre seu atual momento. 

Você é um dos designers brasileiros mais reconhecidos, aqui e no exterior. A quais fatores credita seu sucesso? Tive a sorte de desde cedo saber o que gostaria de fazer. Desde criança, sempre me interessei por tudo que fosse ligado à prática de criar, de projetar. Isso me levou, aos 14 anos, para a escola técnica, de modo que aos 15 anos já me sentia dentro do processo. Creio que essa trajetória me deu base para estabelecer uma linha de pensamento construtiva. O mais veio com a maturidade, com a percepção estética que adquiri e que penso agradar às pessoas, fazendo com que meus produtos sejam bem recebidos.

Cuba e misturador desenhados para a Deca Foto: divulgação

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Suas peças são todas produzidas pela Sollos. Quão importante foi a parceria na sua carreira? Trabalho com eles há 12 anos. Nossa relação sempre foi muito próxima. Os primeiros anos não foram de lançamentos, mas, sim, de concentrar energias para criar dentro da empresa uma cultura voltada ao design, à atenção a cada detalhe. Apenas após termos estruturado essa base, voltamos nossa atenção para o desenvolvimento de novos produtos.

Seu trabalho é bastante vinculado à indústria. Como vê a produção em pequenas séries? Penso que é apenas uma das inúmeras faces que o design pode vir a ter. Em alguns momentos, existe um certo questionamento a respeito da vinculação, ou não, dessa produção ao design, enquanto disciplina. No meu caso, sou bastante cauteloso, definitivamente não sou adepto ao design show. Gosto da perenidade, das linhas calmas e do design silencioso que cumpre suas funções, sejam elas prosaicas ou poéticas. Mas não acredito que seja essa a questão: quando algo tem força e contundência já encontrou aí o seu valor, a sua função. Já realizei algumas peças únicas, a convite. Também desenho peças exclusivas para alguns projetos, mas é algo que é produzido com uma função específica. Enfim, o design é transversal, orgânico e, como tal, permite múltiplas abordagens.

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