PUBLICIDADE

Em trânsito

Um dos profissionais mais premiados da nova geração, designer curitibano comenta sua trajetória

Por Marcelo Lima
Atualização:
O designer Ronald Scliar Sasson em seu premiado banco Luzia, de cobre Foto: Marcelo LIma

Com um longo histórico de conquistas – entre eles um ouro no Idea Brasil, duas premiações no americano Good Design e, mais recentemente, no alemão iF –, o designer curitibano Ronald Scliar Sasson conta que só descobriu sua verdadeira vocação quando resolveu desenhar móveis para sua casa usando vergalhões da construção civil. “Os amigos adoraram as peças que fiz e me incentivaram a criar outras. A partir daí, foi um processo natural”, conta Sasson, que tem formação em artes plásticas. “Não consigo sentir que optei pelo design. Creio que as duas visões coexistem em mim”, como afirmou nesta entrevista ao Casa.

PUBLICIDADE

Como se deu a transição das artes plásticas para o design?

Costumo dizer que tanto o artista plástico quanto o designer sempre andaram juntos em mim, não houve propriamente uma transição. O design me trouxe senso de equilíbrio, sentido estético, uma maior preocupação com os detalhes e muita sensibilidade. Por outro lado, percebo que o mercado ainda impõe limitações ao trabalho dos designers. Situações assim não existem na arte, embora atualmente eu sinta que uma nova concepção esteja emergindo, impulsionada, principalmente, pelo trabalho dos galeristas.

A poltrona Zózimo, de cobre Foto: Marcelo Lima

Você possui um longo histórico de premiações em concursos. Baseado na sua experiência, o que conta aos olhos dos jurados?

Acredito que cada prêmio tem uma tendência mais ou menos traçada de visão do júri e isso também leva em conta o país que o promove. Existe uma influência bem determinada da cultura do país organizador. No Brasil, a visão dos jurados é bem variada: eles premiam tanto peças conceituais quanto de caráter industrial. Já o alemão iF e o americano Good Design têm um viés bem definido que permanece há muitas edições de maneira constante. Eles procuram o bom design, inovador ou estético do ponto de vista industrial. Se interessam pelo belo, pelo bem feito, desde que possível. O belo e o industrial devem caminhar lado a lado. Já o A’Design Award, da Itália, prefere o exótico, o quase artesanal.

A luminária Mars Foto: Marcelo Lima

 

Ao contrário dos designers que privilegiam a madeira, o metal marca presença nas suas criações. O que mais o atrai no material? 

Sim, gosto do metal. Nos últimos anos, o cobre e o latão ressurgiram com força na Europa e, desde então, já estão sendo utilizados no Brasil em maior escala. No entanto, não vejo isso como uma onda passageira. Vejo neles a possibilidade de resistência sem espessura e também de criar situações nas quais a madeira não se adaptaria. No entanto, meus principais prêmios vieram de peças de madeira e eu, como brasileiro, não consigo fugir desse material tão belo e tão nosso.

Publicidade

A mesa lateral Champinha Foto: Marcelo Lima
Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.