PUBLICIDADE

Em nome da natureza

A proposta de Helena Viscomi contempla, de maneira eficaz, arquitetura e mobiliário ambientalmente corretos

Por BETO ABOLAFIO
Atualização:

Muito se fala em projetos sustentáveis. Mas, na hora do vamos ver, são pouquíssimas as propostas que seguem 100% os preceitos do ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. A arquiteta Helena Viscomi assumiu o desafio, nesta edição da mostra, de fazer um loft de 240 m2 com essas características. "Fiquei de olho na escolha correta de materiais, no bom uso de energia e no reaproveitamento de água", conta ela, que acaba de criar uma divisão em sua empresa, A + Arquitetura Construção Sustentável, associada ao Green Building Council. Trata-se de uma ONG internacional, sem fins lucrativos.Mas como é a construção do local? Perfis de aço galvanizado fazem o esqueleto, cujas paredes e telhas são de placas de embalagens longa vida recicladas. Essa foi a base para entrar com madeira de demolição no piso, além de Corian - material reciclável e não tóxico -, revestimento vinílico e tinta à base de água nos acabamentos. Outras soluções no living, no banheiro e no quarto são a iluminação com LEDs, tecnologia mais econômica, e os vidros autolimpantes, com película que repele a sujeira e oferece maior conforto térmico. "O gasto de água com limpeza diminui tanto quanto a necessidade de ligar o ar condicionado", diz a arquiteta. Há ainda aquecimento solar e um reservatório receptor de águas pluviais, de pias e de drenagem, para que sejam tratadas e reaproveitadas em vasos sanitários e no jardim. "A cisterna virou elemento arquitetônico, que é um espelho d?água no living", conta a profissional.Dos tecidos aos tapetes (um deles é de fibra de bananeira) e persianas, a decoração comprova: o que é sustentável não precisa ser feio - como ainda pensam alguns. Em tons de berinjela e com diferentes madeiras, o living acolhedor tem tanto peças novas e certificadas como outras mais antigas, que citam o clássico. O mesmo viés norteia os outros ambientes.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.