Em dois mundos

Marilia Callou viaja com suas criações entre Amsterdã e São Paulo

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Por Natalia Mazzoni
Atualização:
Designer Marilia Callou em sua cadeira Fé Foto: Divulgação

Marilia Callou desde cedo já sabia que seu caminho seria marcado por peças que ela mesma desenharia quando adulta. O primeiro passo deu ao ingressar na Universidade de Fortaleza, onde cursou arquitetura. Ela tinha certeza de que estudar o espaço e o jeito como as pessoas moram era essencial para criar bons móveis. E também para reinventar alguns, como a mesa de telefone que via na casa de sua avó. Depois de formada, partiu para Milão, onde fez mestrado em design, na Domus Academy. Lá aconteceu o que Marilia considera o despertar de sua identidade como designer. “Eu sabia que não seria um caminho fácil, mas pensava, qual seria?”. 

Foi assim que colocou o medo de lado e desenhou sua primeira cadeira. Uma homenagem para sua mãe – e um recado para si mesma. “Olhando de lado, a gente lê a palavra ‘fé’ na estrutura da peça. É o que considero necessário para continuar buscando o que a gente quer.”

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Depois dessa vieram várias outras peças, como a releitura da tal mesa de telefone, a cadeira e mancebo Dona (a primeira feita a convite de uma marca, a Toca da Movelaria), e a Oggi, uma poltrona de balanço que mistura metal e madeira. “Amo madeira. Reciclada, pura, com verniz, pintada, revestida. Existe uma forma para cada estilo e para cada situação”, comenta.

Hoje, Marilia mora em Amsterdã, cidade que a cativou por, segundo ela, ter “um estilo menos perfeitinho de ser”. É lá que a designer mantêm um escritório e cria seus desenhos, que começam sempre de forma bastante livre, no papel. “Existe uma certa dificuldade em colocar no mercado peças que fogem à moda do momento. Sinto que as pessoas não estão abertas para coisas tão originais. Fora isso, a preocupação está em estudar ergonomia e fazer com que as cadeiras sejam confortáveis para qualquer pessoa”, explica. 

Ainda para este ano, Marilia planeja firmar parcerias que semeou em sua última vinda ao Brasil, para participar da feira Paralela Móvel, em fevereiro. “Percebo que muitas vezes um desenho meu agrada aos holandeses e não agrada aos brasileiros e vice-versa. Isso é bem desafiador para mim, mas adoro fazer parte dos dois mundos.” 

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