Designer comemora 15 anos de carreira com mostra no MAM Rio

A exposição fica em cartaz até o dia 18 do próximo mês, reunindo cerca de 40 das criações mais emblemáticas de Zanini de Zanine

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Por Marcelo Lima
Atualização:
A exposição fica em cartaz no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiroaté o dia 18 do próximo mês. Reunindo cerca de 40 das maisem blemáticas criações de Zanini de Zanine Foto: STUDIO ZANINI

A poltrona Marmo, peça única de mármore maciço, aponta para as inquietações artísticas do designer. Ao lado dela, Meka, de aço inoxidável, explicita seu apetite pela cultura industrial, porém, a partir de uma visão de escultura utilitária. “Acredito que ‘Design Experimental’, expressão que dá nome a essa mostra, seja mesmo a melhor definição para meu percurso até aqui, marcado pela experimentação permanente de materiais, processos e formas”, argumenta o designer carioca Zanini de Zanine, que comemora seus 15 anos de carreira com mostra retrospectiva no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Com curadoria do crítico Tulio Amarante, curador de design da instituição, a exposição fica em cartaz até o dia 18 do próximo mês. Reunindo cerca de 40 de suas mais emblemáticas criações – incluindo o Banco V, que passará a integrar o acervo permanente do museu – o arco da retrospectiva é amplo: sem nítida preocupação cronológica, peças de base artesanal, de tiragem limitada, são apresentadas, lado a lado, a produtos industriais, confeccionados em larga escala. “De meu pai (Zanine Caldas, que se notabilizou pelo uso da madeira na arquitetura e na movelaria) herdei a paixão pela madeira. Porém, sempre me agradou experimentar e essa mostra é prova disso”, conforme pontuou o designer nesta entrevista exclusiva ao Casa.

O desginer Zanini de Zanine Foto: STUDIO ZANINI

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Quais eram seus interesses em relação ao design quando começou e quais são hoje?

Meus interesses basicamente continuam os mesmos. Sou movido pela vontade de aprender sempre, aliando arte e tecnologia na criação de produtos que trabalhem a favor de seus usuários. Às vezes me sinto ligado mais à pesquisa estética, no potencial expressivo do móvel, como na série Almofada. Em outros momentos, me sinto mais atraído pela indústria e o resultado surge na forma de móveis como a poltrona Zina. Em geral, os dois processos fazem parte do meu cotidiano.

É patente no seu trabalho com a madeira o interesse por tudo o que envolve a obra de seu pai, o arquiteto e designer José Zanine Caldas. O que você mais claramente sente que herdou dele e o que reconhece como genuinamente seu?

Antes de mais nada, vem dele o profundo respeito que sinto por essa matéria-prima maravilhosa que é a madeira. Um legado que procuro perpetuar trabalhando apenas com variedades sustentáveis ou aplicando muitas de suas técnicas de carpintaria. A toda essa herança, o que faço é criar novos encaixes, aprimorar detalhes e experimentar novas linguagens.

Seu design permanece muito ligado ao contexto no qual ele é produzido na cidade do Rio de Janeiro. Já considerou trabalhar em outro país?

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O Rio tem uma identidade muito forte e com certeza influencia muito o meu desenho. Sim, já trabalhei em outros países, mas creio que a influência se deu mais em termos de processos de trabalho, nunca a ponto de interferir na minha percepção estética. Sob este ponto de vista continuo fiel a minhas raízes.

Vista aérea da retrospectiva em cartaz no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro Foto: STUDIO ZANINI

Serviço:

MAMRIO. Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro. Tel.: (21) 3883-5611.

Até 18 de fevereiro, de ter. a sex., 12h/18h, e sáb, dom. e feriados, 11h/18h

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