Da arquitetura para o design

Em sua estreia como designer, o arquiteto Rodrigo Ohtake mostra o que aprendeu com o pai, Ruy, e a avó Tomi

PUBLICIDADE

Por Natalia Mazzoni
Atualização:
Arquiteto Rodrigo Ohtake Foto: Divulgação

Seu pai, Ruy Ohtake, é um dos expoentes da arquitetura no País. Sua avó Tomie, a artista plástica grandiosa que morreu este ano aos 101. Com essas referências, não é de se espantar que o arquiteto Rodrigo Ohtake sinta vontade de se aventurar por outras atividades, além das suas. Na última edição da feira de design Made, em agosto, em São Paulo, ele apresentou suas primeiras criações como designer, pensadas sem nenhum vínculo com a arquitetura, profissão que exerce em escritório próprio desde 2009, quando se formou na USP.

PUBLICIDADE

“Aprendi com meu pai a criar mobiliário arquitetônico, transformar os espaços por meio dessas construções. Pensar esse tipo de mobiliário já faz parte do meu trabalho, mas, para criar estas peças, me afastei completamente daquele conceito e parti para um processo de criação totalmente livre, descolando o design da arquitetura”, diz.

A criação da Vitis, poltrona de tubos metálicos retorcidos, e da Tulio, mesa baixa com estrutura feita de vergalhões, foi, segundo ele, intuitiva. “Tive um mês para fazer essas peças, a convite de Bruno Simões, curador da Made com Waldick Jatobá. Comecei a juntar referências e combiná-las ao que eu estava sentindo no momento. Fiz alguns rascunhos e surgiu a ideia da Vitis”, conta. O pouco tempo que teve para pensar e executar o projeto não parece ter assustado Ohtake. “Não tinha tudo completamente planejado, desenhado em escala. A execução das peças passou por um processo nada racional e completamente livre. Busquei a leveza de criar que sempre observei em minha avó Tomie.”

A mesa Tulio, de tampo de concreto, mesmo tendo sua estética próxima à da poltrona Vitis, foi concebida por acaso em uma visita que fez a uma das obras de seu escritório. “Meu pai me ensinou quanto é importante acompanhar a obra em todas as suas etapas. Vendo o projeto sair do papel temos as ideias que mais enriquecem o espaço. Foi em uma dessas visitas que vi alguns vergalhões e achei que poderiam servir como os pés de uma mesa. Os funcionários da obra me ajudaram a montar a peça e é na casa deles que estão hoje os protótipos.”

Ainda este ano, Ohtake pretende lançar outras peças. “Fiz uma série de balanços coloridos que serão espalhados a partir do dia 19 pelo jardim do Museu da Casa Brasileira, em uma exposição que faz parte do Boomspdesign (fórum internacional de arquitetura design e arte). Se antes o design fazia parte do meu trabalho como arquiteto, agora ele vai ser algo paralelo, ao qual pretendo me dedicar cada vez mais.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.