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Cenografia urbana

Praticidade e ‘clima’ ensaiam parceria no apartamento de um jovem advogado

Por Jéssica Ferreira
Atualização:
Poltronas Eero Saarinen e sofá Micasa dão os tons de cinza da sala de estar Foto: Edson Ferreira/ Divulgação

O apartamento de 123 m² de um advogado de 30 anos no Itaim Bibi, em São Paulo, ganhou diversos tons de cinza para criar um ambiente predominantemente masculino. O arquiteto Nildo José optou por cores mais vibrantes apenas em alguns objetos de decoração. “Queria que essas peças criassem um jogo de sedução. Para isso, fiz uso de adereços, como quadros de aparência atraente”, diz.

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Como o proprietário costuma receber amigos em casa antes de sair à noite, o arquiteto investiu em um clima de pré-balada. “Busquei fazer isso por meio da iluminação indireta e das luminárias em tons escuros. Além disso, no canto do bar, um néon tem lugar de destaque, trazendo um pouco do universo noturno para o apartamento.”

O ambiente propício para receber visitas também se mostra na sala integrada à cozinha. O proprietário usa pouco esse espaço, pois passa o dia fora trabalhando, então, Nildo avançou o piso de madeira cumaru da sala para cobrir a divisória que existia, transformando a bancada em uma espécie de bar. “Como eu sabia que o dono do apartamento não usava o espaço, decidi assumir a integração. Quando ele recebe os amigos, a cozinha fica como um bar aberto para a sala. Ela não é o principal, é só coadjuvante”, aponta. O arquiteto ainda integrou a varanda ao living, a fim de destacar o skyline do bairro e valorizar a sensação de amplitude.

Durante um ano, Nildo e o proprietário procuraram manter a sintonia mesmo a distância. Nas frequentes viagens do morador, eles se comunicavam por um aplicativo de celular para trocar sugestões e orientações, escolhendo, juntos, os objetos decorativos. “Quando ele ia para lugares como Londres ou Paris, eu indicava lojas, a exemplo da Urban Outfitters. Ele me mandava fotos do que tinha gostado e eu aprovava ou dizia o que não ficava legal. Foi muito decidido entre nós dois”, afirma.

Um dos desafios foi criar um ambiente de conforto e bem­-estar sem recorrer a tapetes, dos quais o proprietário não gosta. “Apesar de trabalhar com mercado financeiro, ele gosta muito de arquitetura e decoração e disso surge em itens ligados à música. Tentamos incorporar os vinis, livros e outros objetos que ele já tinha.”

Os quadros também integram a identidade visual do apartamento – o de Cris Conde, acima do sofá, foi achado por acaso em uma galeria, enquanto o do grafiteiro Saci, acima da poltrona de balanço italiana da Casual Móveis, foi encomendado. Se o preto e o cinza predominam na área social, no quarto, a ideia foi buscar suavidade. “O mobiliário puxa mais para o branco e para o fendi, que é a cor do papel de parede.”

Cozinha com nova função

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Na integração de Nildo José, a cozinha ganhou novas funções neste apartamento. Pensando no uso que o proprietário fazia do ambiente, a área assumiu ares de bar. O arquiteto explica que o “bar adaptado” possui todos os componentes e eletrodomésticos de uma cozinha comum, mas, com tudo acomodado nos armários e a bancada livre de utensílios, o espaço se adapta perfeitamente às confraternizações. O projeto também apostou em um material pouco usado nas áreas molhadas: a madeira cumaru no piso – a mesma do restante da área social. “As pessoas têm medo de usar madeira na cozinha, mas decidi desmistificar essa ideia.”

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