Boas compras no nosso japão

Móveis, porcelanas e peças de decoração. Facas e outros apetrechos para a cozinha. Na Liberdade, há um comércio que merece o olhar curioso e oferece preços acessíveis

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Por Alessandra Nalio
Atualização:

Quando os primeiros imigrantes japoneses chegaram a São Paulo, em 1912, a Liberdade era apenas um bairro com pensões e casas simples, no centro da cidade. Não demorou muito para a região se orientalizar, absorvendo tudo o que a cultura nipônica tem de melhor: costumes, culinária e decoração. Daí para ser chamado de "o bairro japonês" foi rápido. E, para reforçar ainda mais a imagem, nos anos 70, a Liberdade passou por uma renovação visual: no viaduto Cidade de Osaka, por exemplo, ergueu-se um grande portal (torii), as principais ruas receberam lanternas japonesas (suzurantô) e, na Galvão Bueno, foi criado um jardim oriental. Veja Também: Alimento para os sentidos Peixe voador Arte que vem de Hiroshima Refúgio de um mestre Quadro para o príncipe O país que ensina design Harmonia natural Apesar de ainda ser um cartão-postal da colônia nipônica em São Paulo, a Liberdade já não é a mesma. Hoje, há mais coreanos e chineses por metro quadrado do que japoneses: os primeiros chegaram ao bairro no começo dos anos 60 e abriram caminho para a vinda dos imigrantes da Coréia, no final daquela década. Muitos dizem que os japoneses prosperaram e se mudaram da Liberdade. Outros especulam que o êxodo foi resultado da falta de visão comercial. "Algumas lojas tinham visual ultrapassado. Os chineses perceberam isso, compraram pontos por preços baixos e investiram em lojas mais modernas", diz o nissei Nelson Eiji Takeda, dono da loja de ofurôs Zenigamë. Ainda que boa parte das lojas esteja no comando de coreanos e chineses, muitas conservam os nomes escolhidos pelos fundadores e garantem espaço nas prateleiras para produtos genuinamente japoneses. Basta um olhar atento para garimpar móveis, porcelanas e objetos decorativos que, soltos, parecem exóticos, mas, quando combinados, dão um toque à decoração. Boas compras também podem ser feitas na feira que há mais de três décadas anima a Praça da Liberdade aos domingos.

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