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Bem traçadas linhas

Com orçamento reduzido, desenho geométrico e plantas caipiras, jardim é eleito o mais bonito do mundo

Por Natalia Mazzoni
Atualização:
Contrapondo geometria acentuada e vegetação exuberante, jardim residencial assinado por Alex Hanazaki é eleito o mais bonito do mundo Foto: Beto Reginik/Divulgação

Um jardim com inspiração moderna e geométrica, feito para emoldurar uma casa de linhas retas. O paisagista Alex Hanazaki, em sua criação espalhada por 6 mil m² em um condomínio de São Paulo, foi além de dar vida à área do terreno que abriga a casa projetada pela arquiteta Debora Aguiar. Em uma mistura de formas definidas e capins que parecem flutuar, Hanazaki ergueu o que rendeu o primeiro lugar na categoria paisagismo em projetos residenciais na premiação da Sociedade Americana de Arquitetos Paisagistas (Asla, na sigla em inglês). “Meu maior desafio foi surpreender pela criatividade. Definitivamente, queria algo que surpreendesse”, diz Hanazaki.

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O ponto de partida foi complementar esteticamente a casa, que já estava pronta. Para isso, o paisagista dividiu o terreno em três grandes espaços, com a casa no mais alto e o jardim na altura intermediária. O patamar mais baixo foi separado para o campo de futebol, uma das exigências feitas pelo cliente. “Um ponto que também permeou a elaboração dos espaços e a separação das áreas foi a ideia de conceber um lugar que fosse bonito e útil como espaço de convivência. Além de proporcionar privacidade aos moradores, já que a casa conta com construções vizinhas um pouco próximas”, explica.

A sobriedade dos elementos e a ausência de excessos, características marcantes nos projetos de Hanazaki, se fizeram sentir na escolha das plantas utilizadas. “Escolhi espécies de fácil adaptação e rápido crescimento, como a grama e o capim-do-texas. O orçamento, limitado, também foi um desafio, mas resolvemos o problema com a utilização de capins e grama para formar os desenhos geométricos”, comenta. Duas jabuticabeiras se destacam na paisagem e ainda trazem sombra para os mirantes usados como camarotes para os jogos de futebol com os amigos.

A piscina desenhada pela arquiteta Debora Aguiar também é um dos pontos altos da área externa, parecendo flutuar na paisagem. De maneira esperta, ela, assim como toda a construção, foi incorporada à obra de Hanazaki. “O jardim é propositadamente simétrico à perspectiva da piscina. Ao anoitecer, a iluminação da água se funde com ele, criando um cenário inusitado”, explica. 

Para a iluminação, que ganhou atenção especial, o paisagista lançou mão de lâmpadas LED, de baixo consumo de energia, usadas em fitas para ressaltar as separações do terreno e enfatizar a diferença de altura e geometria. “Acredito muito na união entre a arquitetura e o paisagismo. Essa parceria é fundamental. O jardim serve para complementar esteticamente e valorizar o conjunto da obra.” Em breve, o jardim viverá seu melhor momento depois da premiação que rendeu o título de o mais bonito do mundo: será palco do casamento oficial dos moradores.

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