Você fica surdo durante os voos de avião? Descubra o motivo

Veja também algumas dicas para não ficar com os ouvidos tampados

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Por Felipe Laurence
Atualização:
Dores no ouvido em voos de avião são mais comuns do que se imaginam. Foto: Pixabay/geralt

Você já ficou de ouvidos tampados após voar de avião? Isso é uma reação comum para muitas pessoas e ocorre por conta da mudança de pressão interna no canal auditivo, em especial nas decolagens e aterrissagens de voos comerciais. Há fatores que predispõem o passageiro a essa situação, tais como inflamação, congestão ou secreção nas vias aéreas superiores (nariz, seios paranasais, Tuba de Eustáquio, rinofaringe) decorrentes de gripes, resfriados, rinite e sinusite.

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Jeanne Oiticica, médica otorrinolaringologista e especialista em Otoneurologia, chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), explica que "o que acontece é que o ar presente dentro dos ouvidos não consegue ser trocado com o ar do ambiente por conta da obstrução. A pressão do ar retido e preso dentro do ouvido acaba gerando desconforto por distensão da membrana timpânica, em alguns casos pode haver dor associada".

Ela explica que a forma mais simples de evitar os ouvidos tampados é comer alguma coisa, mascar chicletes ou beber algum líquido para abrir a Tuba de Eustáquio (uma conexão interna entre o nariz e o ouvido). No caso de bebês, que costumam sofrer ainda mais com isso, dar mamadeira ou o peito pode resolver o incômodo. Além disso, dependendo do caso, sprays nasais e gotas otológicas podem ser prescritos para alívio de uma crise aguda na hora do voo.

Surdez transitória. Segundo a médica, quando parte da secreção retida nas vias aéreas superiores migra para os ouvidos durante o voo, pode ocorrer a chamada surdez transitória. A pessoa fica sem ouvir direito por alguns dias, o que causa a incômoda sensação de ouvido tampado, água no ouvido, pressão e dor.

Essa situação pode levar alguns dias até se normalizar, com a secreção secando e sendo drenada para fora do ouvido. Depois disso a audição normaliza. É sempre importante consultar um médico otorrinolaringologista nestes casos, pois algumas vezes pode ser necessário tratamento adicional, como exames de imagem e audiometria, sendo que uma avaliação mais detalhada acaba esclarecendo o diagnóstico final.

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